Os seres humanos, especialmente as mulheres, têm lutado durante séculos para adequar seus corpos aos padrões estéticos de cada época. Espartilhos, produtos de beleza tóxicos, sapatos perigosos… A lista é infinita e o ponto aqui não é falar do passado e sim do presente. Como qualquer pessoa que habita este mundo sabe, o padrão de beleza ocidental impõe um ideal de mulher super magra e jovem, ou seja, uma modelo.
Madonna nos anos 80
Desde que a Twiggy surgiu lá nos anos 60, o corpo feminino perdeu as fartas curvas de Marilyn Monroe e tornou-se quase andrógino. Na década de 80, com a influência da Madonna, era preciso ser magra e musculosa, na de 90, músculos deram lugar à pele e osso para ser igual à Kate Moss e agora todas querem ser Gisele Bündchen, naturalmente ou não. Isso significa que a beleza fabricada por cirurgias plásticas é a mais valorizada e as imagens retocadas por Photopshop, nosso ideal de perfeição. Obviamente vivemos em uma era de padrões impossíveis.
Kate Moss em suas primeiras campanhas pra Calvin Klein
Até aí nenhuma novidade, porém a discussão foi aberta e a indústria da moda obrigada a se posicionar em relação às modelos excessivamente esquálidas, sobretudo depois de vários casos de anorexia e distúrbios alimentares virem à tona. Alguns governos entraram na briga e as organizações de algumas semanas de moda européias e até do São Paulo Fashion Week tentaram tomar medidas preventivas como controlar o índice de massa corporal (IMC) das modelos e fornecer apostilas sobre alimentação saudável.
A campanha não publicada da Ralph Lauren
No entanto, essas medidas não significam nada em face da postura de estilistas e editores que continuam procurando por meninas cada vez mais magras, o que acaba pressionando as aspirantes e até mesmo as já profissionais a abdicar de comer decentemente.
Cindy Crawford
Mas há limite pra tudo e talvez o fim da linha esteja mesmo próximo. A indústria e os consumidores estão percebendo que há algo muito errado quando uma modelo é “photoshopada” até sua cabeça ficar maior que o quadril, como aconteceu com Filippa Hamilton em uma campanha para Ralph Lauren. Com o escândalo, ela revelou que foi afastada da marca em abril deste ano sob a alegação de ter ganho muito peso! E o que dizer da declaração recente de Cindy Crawford para a revista alemã Bunte: “Não me tornaria uma supermodel em 2009. Pareço muito saudável. Um corpo como o meu, com seios fartos, quadris e ombros tonificados não é o que a indústria procura agora.” Precisa explicar alguma coisa?
Esses exemplos reforçaram uma tendência. Nos últimos meses, mulheres fora dos padrões perfeitos ganharam notoriedade e seus estilos viraram referência. A cantora Beth Ditto, da banda The Gossip, foi capa da revista Love e criou uma coleção para a rede inglesa Evans. Michelle Obama é a queridinha das americanas e apesar de ser magra, não veste o infame size 0. Dentro do irredutível mundo das modelos, Lara Stone furou o cerco e avança na carreira sem os atributos de praxe: seu manequim é 40/42 (o normal é 36/38) e seus dentes são separados. Mesmo assim, Carine Roitfeld já dedicou uma edição inteira da Vogue francesa pra ela, a W a elegeu como a próxima super top e seu rosto estará nas próximas campanhas da Louis Vuitton e da grife de lingerie Eres. Quem sabe um novo e mais real ideal de beleza esteja nascendo?
Lara na campanha da Eres
Veja na seção Serviços os tipos de Relatórios de Tendências e Treinamentos do MODALOGIA que se encaixam no perfil da sua empresa e entre em contato pelo comercial@projectmlondon.com.br