Começou ontem em Nova York a temporada de desfiles de Outono 2009, e em meio à crise e recessões os estilistas enfrentam o grande desafio de encantar sua platéia.
Monique Lhuillier fez uma apresentação de apenas 11 looks no Oak Room do Hotel Plaza, uma escolha que segundo a própria tem ligação direta com os tempos de crise. O tema da coleção eram os Ballets Russos Modernos e Monique buscou acrescentar em suas peças aquele “algo a mais” que as torna especiais e diante das quais não há crise que segure o desejo de compra. A estilista caprichou nos bordados, criou cascatas de tule em alguns vestidos e adereçou os looks com diversos colares emaranhados. Muitas das peças devem desfilar, ainda, pelos tapetes vermelhos.
O romantismo e androginia se encontraram no desfile de Rachel Roy, com muitas peças inspiradas no universo da lingerie. O desfile começou claro, passou pelo amarelo e o azul e terminou no preto. A estilista aposta numa silhueta sem volumes, em decotes assimétricos, em tecidos leves como seda e cetim. A sensualidade pontuou os looks, em transparências e tops que lembram corsets.
O outono da Tse surpreende pelo resultado da combinação minimalismo e futurismo. A equipe de estilo trabalhou peças destacáveis (capuzes e xales) sobre bodies e macacões justos ao corpo. Detalhe: as peças são todas feitas em cashmere.
Na BCBG Max Azria, a inspiração foi o construtivismo. Muitas formas geométricas nos looks, complementados por leggings metálicas. O outono parece mais sóbrio e a coleção um pouco pesada para as jovens consumidoras da marca.
O preto e o cinza foram a aposta de cor de dos desfiles de Charlotte Ronson, Yigal Azrouël e Abaeté. A primeira apresentou muitos looks em couro, casacos mais pesados combinados a botas de cano alto. O xadrez apareceu em tons de azul e vermelho no final do desfile. O desfile de Yigal teve um clima gótico numa edição de bons looks. A Abaeté apostou na França Pós-Revolução com alguns adereços bem aristocráticos.
A dupla Costello Tagliapietra se disse cansada da recessão, e justamente por isso apostou num outono sofisticado, inspirando-se nas linhas da fotografia de Irving Penn. As silhuetas esculpidas dão forma a muitos vestidos e peças leves num tecido de Jersey especialmente desenvolvido por eles. O laranja colore a estação. Outra dupla, a Cushnie Ochs, desfilou um inverno minimalista de cinzas e formas ajustadas, com boas meias-calça e peças metalizadas que pontuaram a passarela.
Nicole Miller apostou numa paleta de cores mais sóbria do que de costume e apresentou estampas geométricas para seu outono. Sua coleção deve agradar desde mulheres mais jovens às mais velhas, comprovando a versatilidade da estilista.
O laranja e as sobreposições deram o tom da estação de Rachel Comey, num desfile de formas mais amplas e afastadas do corpo onde estampas florais trouxeram leveza à passarela. A lã apareceu em casacos e acessórios quentinhos.
A Rag & Bone trabalhou o cinza e o azul no masculino e no feminino, apresentando uma boa alfaiataria (paletós masculinos sem lapela, paletós ajustados combinados a calças esportivas, outros bem compridos) no desfile de inspiração japonesa. Os looks eram bastante urbanos, com muitas jaquetas de lã e excelentes casacos, algumas sobreposições que deram bossa aos looks masculinos.
A grande expectativa do dia era quanto ao desfile de Jason Wu, que ganhou notoriedade depois que a primeira-dama Michelle Obama apareceu com um vestido de chiffon assinado por ele. A apresentação seguiu sua fórmula de elegância e beleza, com ênfase nos vestidos.