Por Mirela Lacerda
Neste Fashion Rio eu tive a experiência de trocar de lado durante algumas horas e fazer a assessoria de imprensa de uma grife. Minha função era ficar com a lista de jornalistas convidados da fila A e indicar o assento deles. Como vocês sabem, quem senta na fila A (e às vezes na B) ganha os tão disputados brindes. E graças a esses “mimos” presenciei cenas selvagens que me fizeram pensar, por alguns momentos, que estava na selva africana e cada sacolinha era motivo de luta feroz no mundo animal. E é justamente nestes momentos que os princípios básicos da educação e o profissionalismo dos convidados aparece.
Enquanto os da fila A recebiam seus presentes gentilmente, quem estava nas filas de trás fazia um verdadeiro ataque e literalmente arrancava das mãos das assessoras as sacolas. O desfile começou e a distribuição foi suspensa, “acalmando” os brindes-freaks por alguns minutos. Assim que a apresentação acabou e as sacolas já estavam no backstage, uma nova tentativa de atacá-las não demorou a acontecer.
Eu fiquei pensando como o valor do brinde está muito mais em consegui-lo do que no seu conteúdo, pois como o próprio nome já diz, em geral eles são “agrados” que as grifes produzem como forma de agradecer a presença de convidados importantes. Talvez a chave dessa selvageria esteja aí: quem consegue levar um pra casa, se sente como um vip e sai do desfile orgulhoso do seu “triunfo”. E para se sentir como um vip, vale apelar para a total falta de educação e boas maneiras. Lastimável.