Bolsa de pele Tom Ford e bota Christian Louboutin
Quem já passou em frente à loja de Christian Louboutin (e da Louis Vuitton, da Gucci…) em Paris e outras cidades deve ter se deparado com fila na porta, algo contraditório para uma grife de luxo. Porém, a democratização do setor nos últimos anos e a recuperação significativa após a crise de 2008/2009 permitiu um maior acesso ao segmento, ou seja, comprar um produto de luxo deixou de ser aspiração e passou a ser possível.
Bolsa Peekabook e sandália da Fendi
Mas e os clientes que realmente têm muito poder de compra, com ou sem crise econômica, e literalmente pagam para não ficar numa fila? Para esses, o céu é o limite, o que pode ser observado em uma nova tendência de consumo, chamada de “Hiper Luxo” pelo WWD.
Bolsas de couro da Prada e com trançados da Bottega Veneta, bota de Manolo Blahnik
Segundo a matéria, eles agora procuram por produtos raros, exclusivos, de altíssima qualidade e feitos artesanalmente. Obviamente, o preço nunca é problema, tanto que os itens facilmente estão na casa dos cinco dígitos – e vendendo muito bem!
Mocassim masculino Christian Louboutin com bordados Lesage
Alguns exemplos: a bolsa de couro de crocodilo da Prada, uma edição limitada de 20 peças que custa 29.000 euros; mocassins masculinos de Christian Louboutin com bordados do ateliê Lesage e as bolsas Peekaboo customizadas da Fendi, com valores entre 2.900 e 31.000 euros e um bilhete escrito à mão por Silvia Venturini Fendi dentro de cada uma.
Look de alta-costura para o outono 2011 da Chanel cujas vendas não param de crescer
A tendência não se restringe aos acessórios: hotéis, carros e, claro, a alta-costura são territórios férteis para consumidores que nem cogitam colocar seus nomes em lista de espera – mas não se importam de aguardar alguns meses para ter em mãos um produto inigualável e que ninguém mais possui.
O sapato “tatu” de Alexander McQueen, que não seria vendido para lojas mas acabou sendo produzido diante da demanda
Tantas exigências podem transparecer um certo esnobismo, no entanto, por trás deste comportamento há um desejo por peças duráveis, que realmente justifiquem o investimento nesses tempos tão voláteis. Como disse Tomas Meier, da Bottega Veneta, talvez o próximo passo será uma demanda ainda maior por trabalhos artesanais para equilibrar nossa cada vez maior vida digital. E Tom Ford, que simboliza bem essa nova atitude em sua grife, completa: “a qualidade é lembrada muito tempo depois que o estilo está esquecido.”