Marc Jacobs – primavera/verão 2011
Pesquisar tendências faz parte do meu trabalho diário e sempre fico muito feliz quando detecto com antecedência um tema que se confirma meses depois. É por isso que não acredito nem um pouco em pessoas que dizem que não existem mais tendências porque a moda anda muito democrática e cada um se veste do jeito que quer. Concordo que hoje existem mil opções e que todo mundo pode e deve procurar o que é mais adequado ao seu estilo, personalidade e tipo físico na hora de compor o guarda-roupa. Pratico isso o tempo todo.
Haider Ackermann – primavera/verão 2011
Mas o ponto aqui não é falar de mim mas sim de tendências que viram modismos globais do varejo, provando que elas continuam a todo vapor e que, sim, todo mundo (do estilista ao consumidor) quer saber o que é tendência e adere a ela como forma de se sentir seguro (as marcas para não ter prejuízo nas vendas, o cliente para se inserir no contexto social de “estar na moda”).
Quer melhor exemplo do que a saia longa? O mundo inteiro está de saia longa!!! Aqui no Rio, ela está em todas as coleções inspiradas nos anos 70, nos festivais de música, nos tempos de paz e amor etc… é só dar uma volta no shopping e nas ruas pra conferir. Lá fora, ela imperou no verão e continua dominando o street style enquanto as temperaturas não caem drasticamente…
Agora, vamos ser sinceros: quantas mulheres ficam bem de saia longa? As altas e magras de pernas finas e quadris estreitos, com certeza. Mas elas são a minoria da população, né? Quantas baixinhas, de pernas grossas e quadris largos você já deve ter visto usando a peça por aí? Vai dizer que elas estão usando porque faz parte do “seu estilo pessoal”? É claro que não!!!
O fato é que todo mundo quer estar e usar a moda, independente de proporções corporais. Lembra da sarouel? Da calça skinny? São peças complicadas mas que venderam horrores ainda mais com o aval de celebridades, it girls e demais “influenciadores”. Para boa parte das pessoas, estilo pessoal significa “usar o que está na moda”, sem refletir muito sobre individualidade e adequação.
Para terminar, proponho um desafio: feche os olhos e faça uma lista de 10 peças de roupa que você gosta. Agora, pense se suas 10 últimas compras foram baseadas nesses favoritos ou impulsionadas pelas vitrines, revistas, famosas, amigas ou vendedoras alegando que era o look do momento? No final, quem venceu?