Anne Valérie Hash – A coleção de Inverno possibilitou à estilista colocar na passarela uma de suas assinaturas: macacões (desta vez em flanela cinza e manga comprida ou usados sobre tricô), assim como arriscou experimentações nos ombros de algumas peças, criando silhuetas de carapuça. A cartela de cores começou mais escura, em tons de azul marinho, preto, e foi clareando, até chegar ao rosa, abricó e branco de efeito prateado. O último look, uma blusa delicada usada com calças, ambos em rosa, resume muito bem o espírito da coleção, de misturar o feminino com o masculino.
Gareth Pugh – O estilista (cotado para ser o possível substituto de Kris Van Assche à frente da Dior Homme) aposta num retorno à silhueta “A”, estreita nos ombros e mais ampla nas pernas, o que confere efeito de capa em casacos e jacketas. A forma da calça é de cintura alta, com calças que tampam as plataformas (agressivas e brutas) nos pés, dando mais volume que uma silhueta mais justas nessa região. Os looks parecem estar em certa harmonia com a coleção masculina que o estilista mostrou em Janeiro, vide os padrões triangulares que estampam uma mini jaqueta bastante ornamentada ou o capuz sobre jaquetas de couro. Se alguns estilistas imaginam uma coleção complementar apostando na complementação da dualidade homem/mulher, Pugh mistura os dois gêneros em perfeita simbiose.
Kris Van Assche – Famoso pelo toque de excentricidade em suas coleções, Kris Van Assche resolveu desta vez fazer uma coleção direta, toda em preto e branco, como se os looks tivessem sido emprestados do guarda-roupa masculino diretamente para as mulheres usarem. A feminilidade se manteve graças aos artifícios do styling: colares e braceletes de ouro fitas de perfume militar prateadas. Jaquetas estruturadas foram usadas sempre em efeito envelopado, assim como os trechcoats, blazers e coletes acinturados. Calças bombachas na altura do tornozelo também se destacam, assim como a série de kaftans que abriram o desfile.
Rue du Mail – Martine Sitbon aposta em uma mulher de apelo rocker, mas sem perder a elegância. As combinações nos looks da coleção envolvem hoddies, pregas no melhor estilo “colegial” e bodies de tecido tecnológico. Um vestido de flanela cinza com mangas de tricô sugere uma leve inspiração na Idade Média. O capuz, aliás, foi a peça coringa da coleção, usado em casacos fechados ou como efeito de capa, de manto. Combinado com leggings, a peça criou uma imagem forte e uma silhueta sedutora.