Ontem fui assistir “Girl with the Dragon Tatoo” gostei bastante – só não aconselho a ir pro cinema de barriga cheia pois algumas cenas são bem fortes. Confesso que nunca tinha ouvido falar nos livros ou na personagem até as revistas de moda colocarem a Rooney Mara na capa. A W foi a primeira, seguindo o figurino à risca e depois a Vogue deu sua versão glamurizada.
E desde então, vários veículos estão dizendo que as roupas da personagem já estão influenciando criadores. O New York Times deu o exemplo dos piercings na coleção de alta-costura da Givenchy, há algumas semanas, e de desfiles de fall 2011, do ano passado. O estilo de personalidades como a editora da Elle, Kate Lanphear, e da própria figurinista do filme, Trish Summerville são outros exemplos. E também teve a coleção da H&M com releituras dos modelitos. Ou seja, vários indícios de que a moda veio pra ficar.
Tenho minhas dúvidas. Primeiro porque os looks são muito agressivos e a personagem Lisbeth Salander é complexa, sofrida e angustiada. Quem quer passar essa mensagem num momento de crise? Fora que todo o guarda-roupa parece ser saído do underground punk/grunge dos anos 90, ou seja, é meio datado… Entendo que nesses tempos de moda laylike, retrô e comportada, um elemento de rebeldia seja bem-vindo pra quebrar a monotonia. Mas dificilmente vai passar de um detalhe ou acessório.
Melhor mesmo é apostar nas releituras dos anos 60 que aparecem em várias cenas e no momento “Gucci” da personagem, quando ela precisa se disfarçar e aparece com logos da grife da cabeça aos pés. Isso sim tem a cara do século XXI e dos mercados emergentes!