Na última semana, a ABIT apresentou os números de 2011 sobre o setor têxtil e de confecção e as estimativas para 2012. Os dados não são animadores, com o déficit de US$ 4,7 bilhões no setor, um saldo negativo de 20 mil empregos e um aumento de 40% na importação de vestuário entre janeiro e novembro, comparado ao mesmo período de 2010. As expectativas para 2012 são um pouco melhores, com previsão de 1,5% de crescimento no setor têxtil e de confecção, faturamento de aproximadamente U$ 63 bilhões e estabilidade no número de empregos gerados. As prioridades são: aumentar a margem de preferência nas compras governamentais (hoje em 8%), reduzir para 0,8% a alíquota sobre a Receita Bruta (atualmente em 1.5%) e aplicar salvaguardas para confecções.
Diante disso, a ABIT criou uma campanha para chamar a atenção da sociedade para o que está acontecendo em uma das maiores indústrias do país. A primeira medida foi o lançamento do “Importômetro”, um relógio que mostra em tempo real quantos empregos são perdidos a cada centavo de dólar de tecido importado.
Segundo Fernando Pimentel, diretor superintendente da ABIT, em entrevista ao Modalogia, o Importômetro é um ato simbólico, sem nenhuma intenção de ser xenófobo ou protecionista, mas apenas mostrar para as empresas e para a sociedade como os empregos na indústria têxtil estão sendo prejudicados por uma enorme carga tributária, uma infra-estrutura deficiente, pela ausência de serviços compatíveis e pela maior taxa de juros do mundo.
“Nosso projeto é de competitividade interna. Não faz sentido franquear nossos ativos. A concorrência com o mercado chinês hoje é desleal por isso criamos esta agenda de legítima defesa. Por exemplo, por que importamos calças jeans quando produzimos denim aqui? Queremos ser uma indústria fortalecida e sustentável.”
Fernando também falou sobre a questão governamental, uma das mais delicadas já que até hoje o executivo quase não ajudou a indústria têxtil. “O governo acordou e viu que é preciso apoiar pois o tempo corre contra nós. As providências são urgentes”, completou. Através da Frente Parlamentar José Alencar para Indústria Têxtil este diálogo deve ser cada vez mais freqüente.
É sempre bom lembrar que por trás dos desfiles e de todo glamour da moda está uma cadeia de produção que precisa ser lucrativa para sobreviver. Se você também acha que a nossa indústria têxtil precisa de melhores condições para funcionar, faça sua parte na campanha “Moda Brasileira: Eu uso, Eu assino”. É só clicar neste link para acessar o abaixo-assinado que pretende levar um milhão de assinaturas ao Congresso com um pedido de tratamento especial visando um regime tributário competitivo.
Para ler o relatório completo da ABIT, clique aqui.