Alexander McQueen: a Última Esperança da Moda?

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Este post vem atrasado por pura e total falta de tempo, mas as idéias estão na minha cabeça desde o principio do mês quando eu vi o desfile de Alexander McQueen na semana de moda de Paris. Numa estação marcada pelas apostas comerciais, quando até Christian Lacroix estava mais contido e Hussein Chalayan não acendeu nem uma luzinha em suas roupas, todo mundo parecia conformado com a tendência anos 80 e muito preto. Mas eis que McQueen surpreende e revoluciona mais uma vez. Seu desfile não foi simplesmente um ato de ousadia, mas uma reflexão sobre a moda desta década. Quer ver?

– a passarela foi decorada com objetos que pareciam saídos de um ferro-velho, com pedaços de espelho, latas e até roupas: uma referência ao caráter absurdamente descartável da moda atual.
– os looks foram inspirados em grandes momentos do século XX, como o New Look, e nas próprias coleções do estilista: a releitura é fenômeno constante.
– a maquiagem das modelos com bocas mega exageradas, pintadas de vermelho: uma alusão ao padrão “plastificado” de beleza de nossa sociedade.

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É claro que não precisa ser nenhum gênio para fazer essas conexões e no fundo de toda essa provocação, o maior desejo de Alexander McQueen é que sua coleção venda muito – os executivos da PPR devem lembrá-lo disso constantemente. Mas a forma como ele apresentou seus conceitos, sem falar nas peças perfeitamente construídas é que faz a diferença. Como ele mesmo disse, as pessoas não querem ver roupas, elas querem algo que alimente a imaginação. É por isso que se eu pudesse, iria olhar pro McQueen e simplesmente dizer “thank, you”!

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