A temporada internacional de desfiles para a primavera/verão 2011 ainda nem acabou mas uma tendência dominante já foi identificada em Nova York, Londres e Milão: a releitura dos anos 70. A década que representa liberdade, individualidade e também uma certa irresponsabilidade não cansa de ganhar revivals nos últimos 20 anos, o que sempre me leva a indagar: por que a moda adora os 70’s?
Marc Jacobs e Jason Wu
Em parte pelo que está escrito no início do parágrafo. Quando pensamos nela, nos lembramos do movimento hippie, da ida das mulheres para o mercado de trabalho, da luta pelos direitos civis das minorias, da valorização do indivíduo e da idéia de que tudo era permitido e possível. O fim da década coroou o anarquismo dos punks e o glamour da era disco. Na virada dos anos 80, veio o fim da festa com o aparecimento da AIDS e a ganância dos yuppies.
No entanto, durante os 90’s, quem tinha vivido a infância e a juventude naquela década não se cansou de reinterpretar a fase disco e glamurizar o estilo hippie. Lembra das primeiras coleções de Tom Ford para a Gucci no clima “Embalos de sábado à noite” e do seu revival do hippie-chic com jeans bordados?
No século XXI, logo após os atentados de 11 de setembro, as passarelas foram invadidas por florais boho, franjas, peças artesanais e tudo que lembrasse os anos “paz e amor”. Ao longo da década, mesmo com a concorrência pesada dos excessos dos anos 80, não faltaram releituras dos 70.
Coleções da Gucci e spring 95 e 99 com claras referências aos 70’s
E agora, mais uma vez, eles voltam com força. Motivos não faltam: além do revival dos anos 90 (que embute a década indiretamente), a crise econômica que começou em 2008 ainda não foi embora. Na tentativa de deixá-la pra trás, a moda apela para o escapismo e para o glamour do período, sem tanto apelo hippie mas com foco na fluidez e numa silhueta mais alongada e elegante – uma oposição radical também ao que vivemos nas últimas temporadas e uma estratégia inteligente para forçar as mulheres a renovarem seus guarda-roupas.
Pucci e Gucci
Por fim, duas exposições em Paris podem ter tido forte influência nas inspirações dos criadores: a de Yves Saint Laurent no Petit Palais, uma grande retrospectiva da carreira de um dos maiores estilistas do século XX e que visivelmente foi referência para várias coleções da temporada e a do museu Les Arts Decoratifs, chamada “An Ideal History of Contemporary Fashion, Volume I”, englobando peças inesquecíveis dos anos 70 e 80. Concluindo: o caso de amor com os 70’s não sai de moda nunca!
Yves Saint Laurent e suas modelos em 1971
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