Semana passada estava vendo o desfile de alta-costura de Elie Saab e de repente comecei a pensar em posicionamento de marca. As peças do estilista libanês, tanto na couture quanto no prêt-à-porter não variam muito: vestidos bem femininos, com rendas e bordados, que ressaltam as formas do corpo e são ideais para grandes eventos. A Missão da marca pode até ser resumida assim: “roupas para deixar a mulher bonita”! Não há inovação de modelagem, as cores não vão muito além dos tons pastel, do preto, do branco e de um ou outro vibrante. Elie, assim como Valentino, Alberta Ferretti e outros tantos nomes não pretende reinventar a roda. Ele quer apenas que as mulheres se sintam glamurosas!
Há algo errado nisso? É claro que não! Isso é posicionamento de marca, é passar uma imagem consistente para seu consumidor. Quanto mais claro o recado, mais chances o cliente tem de interagir com a grife e de se identificar com ela.
Vale sempre lembrar que existe espaço para todos: da mulher intelectual de Miuccia Prada aos seres super sexuais da Versace, passando por quem precisa ostentar bolsas da Louis Vuitton ou gosta das criações andróginas da Maison Martin Margiela. Mesmo quando o estilo da marca sofre mudanças (por exemplo, a Dior saiu do mundo espetaculoso de John Galliano e está entrando no universo mais minimalista de Raf Simons), sua essência tem que ser mantida (a Dior é, acima de tudo, beleza e elegância e os vídeos da saga Lady Dior estão aí para reforçar a mensagem).
Resumindo: não é preciso querer mudar o mundo para conquistar espaço no mercado. Um posicionamento consistente e claro é o primeiro e grande passo para o sucesso!
Fotos: (de cima para baixo) Elie Saab, Valentino e Atelier Versace (alta-costura primavera 2013), Prada e Maison Martin Margiela (primavera/verão 2013)