Depois da noticia que surpreendeu o mundo da moda na última sexta-feira (só seu marido sabia da decisão e na quinta-feira à noite ela ligou para alguns amigos como Riccardo Tisci e Azzedine Alaïa para contar), Carine Roitfeld falou mais detalhadamente sobre sua saída da Vogue francesa em entrevista ao WWD.
Kate Moss foi editora-convidada e fez diferentes capas em 2005
Segundo ela, sua contribuição para a revista após quase 10 anos no cargo de editora-chefe chegou naturalmente ao fim e ela quer sair enquanto está no topo. Além disso, Carine sempre trabalhou como consultora freelancer e a rotina de escritório, horários e férias agendadas começou a pesar em sua vida. A sábia decisão de “sair por cima” reflete no sucesso da edição francesa da Vogue e nos elogios de Jonathan Newhouse, presidente da editora Condé Nast, já que sob a direção dela a publicação teve um aumento de 45% na circulação, o que significa mais receita de publicidade para dizer o mínimo.
O transsex Andre J. com Carolyn Murphy em 2007
Com Carine a Vogue francesa tornou-se mais independente, atrevida e muitas vezes politicamente incorreta, com capas e editoriais polêmicos do jeito que não vemos mais nas mídias tradicionais. Ter um número nas mãos é embarcar num mundo de glamour e decadência que nestes tempos globalizados e sob domínio de conglomerados não existe mais. Modelos fumando, um transsex na capa, Lara Stone pintada de preto, muita pele e partes do corpo à mostra… E acima de tudo uma seleção de peças para editoriais sem as já manjadas amarras com anunciantes. Carine, acima de tudo, fez uma gestão muito corajosa!
Até Paris Hilton saiu na capa!
Ela ainda fica no posto até as edições de fevereiro e março estarem prontas e a partir daí vai pensar o que fazer. Talvez ela volte a ser consultora de grandes marcas, quem sabe até volte a trabalhar com Tom Ford (que foi editor-convidado da atual edição), de quem foi musa e stylist da Gucci. Junto com Mario Testino, a dupla criou os anúncios cheios de carga sexual dos anos 90.
Tom Ford é o editor convidado da edição de dezembro/janeiro 2010
Para ocupar seu lugar, muitos nomes estão sendo especulados: Emmanuelle Alt, seu braço-direito na revista mas que teria que abrir mão do styling para funções mais burocráticas, Virginie Mouzat, editora de moda do Le Figaro, a apresentadora de TV Alexandra Golovanoff e até Aliona Doletskaya, editora-chefe da Vogue russa até julho passado. Enquanto o anúncio não é feito, ficamos na expectativa…