A moda vive um momento curioso. Apesar de cultuar o novo, nesses tempos de crise uma das maiores estratégias é relançar peças do passado para mostrar a tradição e o valor da marca. A palavra do momento é “heritage” e serve para vender roupas, acessórios e até perfumes.
Diante deste cenário, nada mais oportuno do que relançar duas grifes-ícones da moda, que a gente estuda nas aulas de história e se pergunta por que elas não existem mais. A primeira, e maior delas, é a Worth, fundada pelo inglês Charles Worth ainda no século XIX. Ele ficou conhecido como o pai da alta-costura e a maison ainda funcionou durante algumas décadas do último século, chefiada por seus filhos. O retorno, pelas mãos de Giovanni Bedin, ainda é discreto e na última temporada da couture, a grife fez uma apresentação em showroom, sem modelos. As criações, no entanto, não poderiam ser mais sofisticadas: casacos e vestidos tipo bailarina, ricamente bordados. Outro clássico da grife, o perfume Je Reviens de 1932, será relançado para a exposição “Perfume Diaries”, que acontece em agosto na Harrods londrina.
Diferentemente da Worth, que renasceu há algum tempo, a Paquin continua adormecida. A grife criada por Jeanne Paquin – uma das primeiras mulheres costureiras a se destacar – voltará à ativa graças ao designer e perfumista Libertin Louison. Primeiro, as fragrâncias Ever After e 9×9, ambas de 1939, ganharão novas versões. Depois, mini coleções, em edições limitadas vão chegar ao mercado com um conceito de alta-costura acessível. Este croqui aí da foto é um preview da nova etapa da grife. Realmente na moda, o antigo nunca foi tão novo.