Como Trabalhar as Tendências da Primavera/Verão 2011? – Por Mirela Lacerda

Mais uma temporada internacional de desfiles terminou e com ela uma série de questões sobre o futuro da indústria. Como sempre, nesta coluna-balanço não falo das tendências sazonais mas dos comportamentos predominantes que vão tanto influenciar coleções quanto desejos do consumidor por pelo menos um ano. Então, é hora de prestar atenção nos seguintes conceitos:

O desfile da Burberry transmitido ao vivo e um croqui da coleção de Tom Ford, uma imagem “teaser”

– Calendário Fast Forward: ninguém questiona mais como a internet mudou a relação do consumidor com a moda. Com o sucesso das transmissões ao vivo, algumas marcas foram além e passaram a oferecer peças das passarelas para compra e entrega em menos de dois meses. O melhor exemplo é o da Burberry, que cumpriu todas as etapas aí de cima. Como estratégia de marketing, em tese tudo é lindo, mas a realidade é um pouco diferente: será que criar pensando na venda imediata não compromete os produtos pois tecidos, acabamentos e aplicações podem ser sacrificados? E a cliente que receber a peça antes do fim de 2010 vai ter curiosidade para conferir e comprar a coleção quando ela chegar nas lojas no início de 2011? Será que este imediatismo não vai comprometer a compra, afinal quando as peças chegam na vitrine elas já foram incansavelmente reproduzidas em sites, blogs e usadas por várias celebridades? Aí entra Tom Ford com sua força de subverter nossas crenças, não permitir fotos durante o desfile e só liberar as peças para o uso a partir de dezembro. Ele pode ter sido muito radical, mas os extremos (Burberry x Ford) nos obrigam a discutir um meio termo.

Inés de la Fressange na Chanel e Carolyn Murphy na Balenciaga

3Ms ou Moda para Mulheres Maduras: todo mundo já está cansado de saber que a estação passada trouxe de volta as modelos curvilíneas, sinalizando o alvo em consumidoras “reais”. Nesta temporada as curvas não são o centro das atenções porém o recado é claro: a moda agora se volta para mulheres e não meninas. Traduzindo: consumidoras com real poder de compra, seguras, independentes e com desejo de praticidade diante do cotidiano atribulado. Não é à toa que as perfeitas traduções deste conceito são Phoebe Philo para a Céline, Stella McCartney e Hannah McGibbon para a Chloé, o trio “espelho” da mulher contemporânea. A silhueta alongada, a volta dos midis e longos, peças clássicas e perfeitas para o trabalho estiveram em muitas passarelas, assim como modelos veteranas e com mais de 25 anos (dos rostos da Balenciaga à Inès de la Fressange na Chanel) que conectam-se diretamente ao novo público-alvo ideal.

Clima descontraído e alegra na apresentação de estréia de Giles Deacon para Ungaro

– Be Happy: a crise econômica ainda está longe do fim e centenas de questões sobre mudanças de paradigmas estão no ar. Mesmo assim, nesses dois anos complicados esta foi a estação que proclamou a volta do otimismo sem medo, vide a quantidade de cores e estampas alegres nas passarelas. A mensagem é clara: consumidoras, comprem para ficarem mais felizes! O momento é ideal para criar coleções com temas bem leves, envolventes e divertidos.

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