Como Trabalhar as Tendências do Inverno 2011

Mais uma temporada de desfiles passou e além das tendências das passarelas o que marcou também foi a triste morte de Alexander McQueen, no dia 11 de fevereiro, durante a NYFW, e as discussões sobre as novas fronteiras da tecnologia, que estão obrigando a indústria a repensar o calendário. A seguir, estão as direções comportamentais e de consumo que devem ser relevantes durante este ano. A filtragem dos temas fica para as próximas colunas, por enquanto fiquem com as reflexões sobre…

Prada e Louis Vuitton

– O foco na mulher adulta: a moda é feita para as jovens, porém as grandes consumidoras, sobretudo das grifes de luxo são as mulheres adultas, com poder aquisitivo e corpos “reais”. Irônico, não? Pensando nisso é mais fácil compreender as intenções da Prada, da Louis Vuitton e de outras marcas que trouxeram modelos acima dos 25 anos para os seus desfiles. Pegando carona nos anos 50 (quando a moda ainda era voltada para adultas e não adolescentes), as curvas femininas voltaram a ser exaltadas numa tentativa da consumidora se identificar com as roupas “possíveis”. Será um bom momento para empresas cujo público não seja tão jovem.

Céline e Stella McCartney

-Menos é mais: a regra diz que 20 anos depois a moda volta (nos anos 90 voltamos aos 70 e nos 2000, aos 80), então nada mais esperado que a ressurreição do minimalismo da década retrasada. Naquela época, o estilo foi uma resposta não só aos excessos dos 80 mas também a um período de crise econômica. Coincidência, não? Prepare-se para um guarda-roupa mais enxuto, peças mais limpas e, principalmente, duráveis e intercambiáveis. É claro que Phoebe Philo na Céline foi o pontapé do processo e nesta estação teve a boa companhia de Stella McCartney.

No site da Chanel é possível ver o desfile de outono/inverno 2010-11

Revolução tecnológica: na primavera/verão 2010, Alexander McQueen foi a primeira grande marca a transmitir seu desfile ao vivo pela internet. Agora, da Burberrry (com óculos 3D) à Louis Vuitton pelo Facebook, a prática parece ter se tornado padrão. Aí entra a questão: por que o calendário internacional mostra desfiles com tanta antecedência se os consumidores (que antes não tinham acesso) podem acompanhar tudo em tempo real? Vários estilistas, Donna Karan entre eles, já levantaram a discussão sobre a falta de sincronia do que está nas lojas e as estações climáticas, alertando que o consumo é, no fim das contas, imediatista. Uma coisa dá pra ter certeza: a interatividade entre marca e cliente na internet é a grande ferramenta a ser (bem) explorada neste momento.

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