Não sei por que ontem me lembrei do Contradiction, meu perfume preferido da Calvin Klein e de toda a minha vida. Amava o aroma e adorava a campanha, que tinha Christy Turlington e o slogan “She’s always and never the same” com aquele look bem fim da década de 90, minimalista e executiva-sexy.
Como toda fragrância da marca reflete ou tenta refletir o clima da época (Eternity, nos anos 80, a revalorização do amor em tempos de AIDS, Obsession, os excessos da década, Escape, no início dos 90, a vontade de fugir diante das incertezas, logo depois o CK One, pelo fim das diferenças sexuais…) com o Contradiction não foi diferente. O “fin de siècle” prometia grandes mudanças, porém trazia ansiedade (lembra do bug do milênio?) e reforçava o individualismo nas pessoas.
Quando foi lançada a versão masculina, Christy foi substituída por Carolyn Murphy, que na campanha em vídeo mostra os dilemas do casal num debate com Justin Chambers – sim, o Karev de “Grey’s Anatomy”! Deu saudade daquele cheirinho… Pena que logo depois várias marcas brasileiras clonaram o perfume e eu acabei deixando-o de lado. E pena também que a Calvin Klein nunca mais conseguiu lançar uma fragrância com tanto impacto quanto essas. Sinal dos tempos…