Em sua segunda coleção no Fashion Rio, Lucas Nascimento mostra que não é simplesmente um estilista conceitual. Apesar das abstrações em torno do tema, que veio do documentário experimental “Koyaanisqatsi”, que quer dizer “out of balance”, ou sem equilíbrio, o desfile mostrou concisão do primeiro ao último look.
Começando com saia de tricô lisa semi-transparente, blusa seca (a silhueta era bem justa) e, de novo, os tamancos de madeira super altos, aos poucos, um tricô-jacquard foi aparecendo, com desenhos abstratos em tons de marinho, cinza, amarelo e vermelho, usados com uma espécie de mega cinto, que às vezes fazia a vez de micro saia, sanfonado, deixando sempre a cintura em evidência. Outro artifício para realçar as formas foram os corpetes costurados às roupas, alguns feitos de cortiça amassada. Ambos funcionaram como elementos delimitadores do espaço imaginado por Lucas após assistir ao documentário.
É sempre bom ver um verdadeiro criador em ação. Alheio a inseguranças que fazem tantos buscarem as tais tendências e copiá-las sem muita reflexão, o estilista é, sem dúvida, o novo grande nome da moda nacional.
Fotos: Agência Fotosite