O estilista abriu o Fashion Rio com uma coleção emocionante. Emocionante porque sua parceria com a associação de costureiras de Quipapá, uma cidade no meio da zona da mata de Pernambuco, reforça o papel da moda na inclusão social, uma questão super pertinente ao tema do desfile: Continente.
Walter deixou sua tradicional inspiração no Japão de lado e refletiu sobre a África que está no Brasil e do outro lado do Atlântico. As fotografias de Hans Sylvester sobre o povo do rio Omo, na Etiópia, suas pinturas corporais e arranjos florais foram as principais referências. Tudo isso se traduziu na passarela em um casting exclusivamente formado por modelos negras, com chapéus que lembravam tecidos amarrados, como turbantes, arranjos de flores na cabeça e peças fluidas. Os vestidos tubinho, por exemplo, tinham aplicações de tecidos em formas geométricas, mimetizando as pinturas. Os tons de nude e terrosos predominaram, quebrados apenas pelo azul marinho que apareceu em tailleurs e mini vestidos. Seus vestidos de festa deram espaço a peças do dia-a-dia em uma silhueta de ombros arredondados e comprimentos mais curtos. No final, as modelos abriram os guarda-chuvas coloridos, surpreendendo a platéia.
Outro destaque do desfile foram os acessórios da Ori, uma grife pernambucana que faz bolsas e bijuterias sem utilizar costuras! A inspiração vem dos origamis, uma paixão de Walter Rodrigues que ganhou uma excelente leitura!
Fotos: Agência Fotosite