Não sou nem um pouco fã desses realities de competição. Acho que eles prometem algo muito difícil de acontecer, principalmente no mercado de moda. Por exemplo: qual “America’s Next Top Model” virou top de verdade, e qual vencedor do “Project Runway” tornou-se uma estrela da indústria? O único que conseguiu um certo sucesso foi o Christian Siriano, se não me engano participante de uma das primeiras temporadas. Os outros, se não forem versões do Crô não vão muito além da simpatia do público…
Enfim, a conexão com o mercado não é o objetivo final desses programas, eu sei, afinal a fama é o que vale… Mas um novo reality pode mudar um pouco o cenário. Esta semana estreou nos EUA o “Fashion Star”, com uma proposta inovadora: o grande prêmio do programa é ter a peça produzida por lojas como Macy’s, Saks 5th Avenue ou H&M, que colocam nas araras a criação do vencedor no dia seguinte à exibição do programa e no e-commerce minutos depois do término.
A cada episódio, os 14 estilistas desenvolvem uma peça orientados pelos jurados (o estilista John Varvatos, Nicole Richie e Jessica Simpson – sim as duas têm marcas de sucesso nos EUA e são celebridades, né?). E aí enquanto as modelos desfilam os looks, Elle Macpherson, a apresentadora do show, faz a intermediação com os compradores das lojas, que dão lances sobre o valor das peças. No fim, ganha quem fizer a maior oferta. Obviamente o programa foi gravado há meses (em meados de 2011) para que os varejistas tivessem tempo hábil de produzir e distribuir tudo. A resposta do público foi bem positiva, tanto na audiência quanto nas compras, com peças esgotando-se rapidinho. Até o Wall Street Journal em seu canal do YouTube deu destaque pro reality!
Se o projeto vai dar certo, só o tempo vai dizer, mas a forma como ele se aliou ao mercado com certeza deve influenciar novos programas daqui pra frente. E a para a indústria da moda, não deixa de ser uma solução para a questão da disparidade de tempo entre o desfile e a oferta para consumidor. Será uma nova tendência?