No site da Burberry tem dois vídeos: um com cenas do backstage, com as modelos sendo maquiadas com os produtos da grife, a chegada dos convidados como Mario Testino, Sienna Miller e Rose Huntington-Whiteley na tenda montada no Hyde Park (como eles editam rápido!), intercaladas com os artesãos montando as bolsas do desfile, afinal mesmo com tanta tecnologia, o heritage da marca precisa ser lembrado o tempo todo, né?
Partindo para o outro vídeo, do desfile propriamente dito (que já está com casacos e bolsas à venda no site até 26 de setembro), Christopher Bailey seguiu esses contrastes numa coleção cheia de elementos artesanais. Aplicações de ráfia e couro, bordados, acessórios de palha, cores de pedras preciosas e tecidos naturais marcaram o desfile, que começou com saias rodadas de cintura alta, teve saias lápis bem ajustadas, jaquetinhas curtas de couro ou algodão, parkas, peças em jacquard, tricô e crochê, listras horizontais e verticais e os famosos trenches feitos de vários materiais. Como se não bastasse, a trilha sempre irretocável teve U2 e George Harrison.
Enquanto a Burberry não tem medo de liderar a revolução tecnológica na moda, ontem Tom Ford mostrou mais uma vez sua coleção em esquema “top secret”, só para editoras renomadas. Quando ele fez isso há um ano, escrevi um Direções sobre sua capacidade de revolucionar o calendário, já que ele não queria os looks espalhados pela internet meses antes de ir para as lojas. Ok, já que as roupas são super exclusivas e destinadas a uma meia dúzia de mulheres de muito poder aquisitivo, faz sentido esta super proteção. Porém, a novidade já não é novidade e Tom precisa lembrar que uma legião de mulheres que não podem comprar suas roupas têm acesso aos seus produtos de maquiagem, perfume e óculos, que sustentam o negócio no fim das contas! Diante disso, custa liberar umas três fotinhos da apresentação pra gente admirar? O esquema “para poucos e bons” pode continuar, Tom, mas esperar pra ver as roupas na Vogue de dezembro é chato, sabia?