Uma das stylists mais extravagantes do mundo merecia mais do que uma homenagem, por isso, Isabella Blow não ganhou apenas uma, mas duas biografias. A primeira foi lançada há dois meses, nos EUA, escrita por seu viúvo, Detmar Blow, em parceria com Tom Sykes. A outra, acabou de chegar às livrarias e é considerada a melhor obra pela imprensa. Feita por Lauren Goldstein Crowe, a publicação revive a infância e adolescência problemáticas de Isabella, além de investigar sua vida profissional e o fato da indústria da moda ter ou não responsabilidade sobre o seu suicídio, hipótese que a própria autora descarta.
Nascida em Londres, filha de uma família aristocrática, Issy, como era chamada pelos amigos, representava como ninguém o espírito excêntrico dos ingleses, sempre usando um chapéu de Philip Treacy, um dos muitos talentos descobertos por ela, assim como as modelos Sophie Dahl (que ela conheceu nas ruas londrinas) e Stella Tennant, além do mais famoso de todos, Alexander McQueen, de quem ela comprou toda a coleção de formatura. Aqui no Brasil, ela se encantou pelo trabalho do fotógrafo Daniel Klajmic e ajudou a impulsionar sua carreira no exterior.
Sua carreira começou como assistente da então diretora de moda da Vogue americana, Anna Wintour, no início dos anos 80, em Nova York. O retorno a Londres aconteceu em 86 para ser assistente na revista Tatler. Em 93 foi para a Vogue e em seguida para a Sunday Times Style, no cargo de editora de moda. Contribuições para as revistas The Face e Visionaire, além de parcerias com André Leon Talley e Michael Roberts também estão em seu impecável currículo.
Segundo Philip Treacy, Blow tinha uma alma punk e uma rara coragem. Os dois se conheceram numa sessão de fotos, em 89, e desde então ela nunca mais deixou de usar seus chapéus. A parceria ficou tão famosa que ganhou uma exposição no London Design Museum. Issy sofria de câncer de ovário e as primeiras notícias davam conta que ela tinha morrido em conseqüência da doença, porém, como foi revelado mais tarde, ela tirou sua própria vida em maio de 2007, deixando a indústria da moda órfã de um de seus maiores ícones de estilo, humor e extravagância.