Na semana passada, a temporada de alta-costura de Paris teve um clima diferente. Além do otimismo pela volta do crescimento do setor, com a volta de antigas clientes dos EUA e da Rússia que foram obrigadas a suspender encomendas no ano passado e a chegada de novas, vindas dos mercados emergentes (China) está promovendo uma reavaliação sobre o que a alta-costura representa.
Alexandre Vauthier
Alexis Mabille
Bouchra Jarrar
Chanel
O pensamento lugar-comum nos leva a imaginar vestidos belíssimos e ultra-glamurosos, com tecidos nobres, bordados delicados feitos à mão e mulheres usando as produções em eventos chiquérrimos e milionários. Mas se analisarmos as coleções para o outono 2010, é impossível não notar os looks menos “sonho” e mais vida real. Traduzindo: os estilistas começam a perceber que as mulheres buscam roupas exclusivas e duráveis sim, porém não necessariamente feitas apenas para festas, mas para eventos diurnos.
Dior
Elie Saab
Giorgio Armani Privé
Givenchy
As apresentações mais intimistas (com exceção da Chanel que manteve o espetáculo no Grand Palais, Dior reduziu o tamanho do desfile feito no Museu Rodin e a Givenchy optou por mostrar os modelos em showroom) são outro sinal desta aproximação entre estilistas e clientes. O serviço anda tão personalizado que as provas de roupa podem ser feitas onde a cliente está – em seu hotel em Paris ou num iate no meio do Mediterrâneo. O sucesso também pode ser medido pelos novos nomes que estão surgindo direto na couture, como a ex-Balenciaga e Lacroix Bouchra Jarrar, um perfeito exemplo da direção menos afetada do segmento.
Gustavo Lins
Jean Paul Gaultier
Maison Martin Margiela
Maison Rabih Kayrouz
Tanta exclusividade atesta uma tendência: a revalorização da roupa sob medida dentro de um contexto de desaceleração de consumo. O excesso de ofertas da moda mostra sinais de cansaço e quem quer qualidade, atendimento personalizado e a garantia de usar uma peça única encontra na alta-costura tudo o que precisa. Como bem resumiu o kaiser Karl Lagerfeld: “a couture moderna deve ter uma sensação de mobilidade e o ápice do refinamento.”
Stephane Rolland
Valentino
Zuhair Murad
Além disso, para os estilistas, a alta-costura será sempre um grande laboratório criativo para idéias que podem ser depuradas no prêt-à-porter. Sendo assim, fiquem de olho nas cores vibrantes e nos tons neutros claros, substituindo o preto, nas linhas aerodinâmicas e limpas, no uso das rendas, tecidos leves e transparentes, e no comprimento alongado, abaixo do joelho até a altura do tornozelo.
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