Por Mirela Lacerda
Em toda temporada, tem 3 dias que considero especiais. O dia seguinte dos desfiles da Prada, Marc Jacobs e Balenciaga. Acordo e ligo correndo o computador porque sei que eles sempre vão surpreender. Ontem à noite fiquei pensado o que Marc Jacobs ia mostrar desta vez, se o desfile ia atrasar como na última coleção e se a Suzy Menkes ia detonar o show por isso. O desfile não atrasou (estava marcado para as19h e começou às 19h15, ou seja, no mundo da moda é praticamente começar adiantado) e tio Marc deixou todo mundo encantado. Seu outono/inverno é o oposto da primavera/verão, mas ao mesmo tempo é tudo tão coerente, tão a cara dele…(veja o timeline de seus desfiles no Style.com que você vai me entender). Acho que isso é que diferencia seu trabalho e o de Miuccia Prada. Não sou lá muito fã de unanimidades, mas não dá para discordar: eles merecem todo o prestígio do mundo pois sabem renovar a moda de verdade.
Bem, vamos ao desfile. As palavras de MJ eram: calma, glamour, casual, mulheres bonitas. E assim foi. Nada de peles à mostra, nada de transparências. Roupas estruturadas, tons pastel e neutros (cinza, azul claro, verde menta, creme), um pouco de dourado e prateado, comprimentos abaixo dos joelhos e midis, muitos casacos em forma de casulo, camisas fechadas até o colarinho, suéteres, vestidos retos de mangas compridas, calças de pregas (uma modelagem que ele explora bastante), broches enormes, chapéus by Stephen Jones, bolsas médias discretas (a essência da estação), punhos e colarinhos bordados, botas (já deve ter lista de espera), pulseiras e anéis incríveis e o Sonic Youth dando um show ao vivo! Depois dos 500 desfiles da semana, todos os jornalistas e fotógrafos devem ter saído de lá com aquela sensação de “valeu a pena”.