Escapista como sempre, mais Marc do que nunca. Ao som de Vivaldi (“Verão”, das “Quatro Estações”), o desfile mais concorrido da NYFW mostrou uma releitura dos anos 70. Mas não a fase hippie. Logo de cara, é impossível não pensar em Iris, a prostituta que Jodie Foster interpretou em “Taxi Driver”, com seus chapéus enormes e flores gigantes aplicadas em peças fluidas. Depois a gente vai percebendo os toques mágicos de MJ: as referências a outros estilistas (tricôs Missoni e saharienne à la YSL), o recorte e colagem de tempo, espaço, arte, cinema etc e uma profusão de peças-desejo.
A cartela é o grande destaque. Depois de um inverno de cores mortas, Marc quis tons ensolarados, em nuances “queimadas” de laranja, rosa, vinho, marrom e lilás. Uma profusão de tafetás e cetins aparece em vestidos midis, pantalonas e capris, shorts, camisas e até trench-coats usados com obis terminando em laços, flores enormes e plumas encorpadas.
Longos com fendas, algodões quase transparentes em vestidos super fluidos, macacões, mini jaquetas, babados, drapeados, ombros à mostra e bordados de brilho completam a coleção. Não foi a mais empolgante, mas já confirma um dos principais caminhos da temporada: fluidez.