O Luxo na Moda Infantil – Por Mirela Lacerda

Num mundo em que filhos de celebridades viram “ícones de estilo” e as mães famosas como Katie Holmes se orgulham de dizer que sua filha é quem decide o que ela veste não é de se espantar que a indústria da moda esteja cada vez mais dedicada às linhas infantis. Os filhos de famosos reafirmam uma tendência que também atinge os pais “normais”, frutos de uma geração em que o consumo está intrinsecamente ligado ao “ser”, ou seja, o indivíduo acaba sendo definido pelas marcas que compra.

Katie com a mini ícone de estilo, Suri Cruise

Além disso, esses mesmos pais e mães passam muito tempo fora de casa e para compensar a distância dos filhos e o sentimento de culpa não pensam duas vezes em presenteá-los com brinquedos, roupas e tudo mais que pedirem. Assim, está montado o cenário ideal para a indústria oferecer roupas e acessórios impregnados do conceito de luxo, num segmento que já representa 5% do setor e deve crescer mais do que qualquer outro nos próximos anos.

Campanha da Chloé Kids e desfile da Baby Fendi no Pitti Bambini, em Florença

Então, as mamães clientes da Gucci, Fendi, Burberry etc podem sair da loja levando também peças da Gucci Baby, Baby Fendi, Burberry Kids, Chloé Kids, D&G Junior, Ralph Lauren Childrenswear, Baby Dior e, a partir de 3 de novembro, Stella McCartney Kids. Aqui no Brasil, temos a Maria Bonitinha, da Maria Bonita, a Fábula, da Farm, a Mini Dress, da Dress To, a Reserva Mini, da Reserva e a Filhotes de Ronaldo Fraga, entre outros, seguindo a tendência. Apesar da maioria não ser classificada como luxo, os preços não estão muito distantes dos das etiquetas internacionais.

Campanha da Baby Dior

E nem precisa falar que as peças costumam ser mini versões das peças adultas, principalmente com a repetição de estampas, para mãe e filhas, e pais e filhos saírem “combinando”. É sempre bom lembrar que, dependendo da idade da criança, ela vai ser um forte influenciador e até mesmo um decisor da compra. Por isso buscar diferenciais para conquistá-las é imperativo.

A gangue da Ralph Lauren

Um bom exemplo é a campanha online da Ralph Lauren Childrenswear. Batizada de “The RL Gang”, o site exibe um livro virtual onde os personagens vestem, obviamente, Ralph Lauren. A história, narrada por Harry Connick Jr., se passa durante o primeiro dia de aula e oito crianças reais interagem entre si, enquanto o cliente pode clicar sobre as peças e comprá-las online. As crianças assistem ao filme e se identificam com as personagens enquanto os pais já podem efetivar a compra em poucos cliques.

Modelos da nova linha infantil de Stella McCartney

Outro bom exemplo é a linha de Stella Mccartney, que tomou forma após uma bem-sucedida parceria com a GAP. Aqui, o foco principal é na identificação com as mães, que vêem na estilista, logo, logo mãe de quatro filhos, uma referência de mulher moderna, que se divide entre família e trabalho.  No site da grife, um vídeo preview mostra que os produtos são tão cool quanto os da marca principal e possuem um atrativo a mais: os preços. Nada de valores exorbitantes, pois como cidadã consciente, Stella queria peças acessíveis, atemporais, de boa qualidade e que possam ser repassadas a novas gerações. Alguma dúvida que já nascem objetos de desejo?

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