O Preço da Moda

 


Tenho pensado muito se vale a pena ou não continuar este blog. Neste último mês, com o trabalho extra de cobrir as semanas de moda, seminários e fechamento de novos contratos pela Modalogia, não sobrou quase tempo e também nada me inspirou a escrever. Ando refletido muito sobre essa loucura da internet, essa necessidade de nunca parar de querer informação e a real utilidade disso. Tenho certeza que há mais blogs de moda do que gente para lê-los todo dia, sem contar que a redundância de assuntos é frustrante. Não tenho a menor paciência de ficar conferindo mais um blog sobre street style ou sobre o estilo das celebridades.

Quero ainda fazer posts sobre dicas de casamento, mas este assunto já tem data marcada para terminar porque sinceramente não tenho a menor ambição em me tornar noiva profissional. Fora isso, ando pensando em como falar de moda saindo do lugar comum, desse glamour vazio que está por todos os lados e me irrita…

Hoje mesmo li esta matéria no WWD e fiquei bem chocada. O salário “mínimo” de trabalhadores da indústria têxtil pelo mundo é muito absurdo. É escravidão. A gente sabe que roupas de redes fast fashion são baratas porque são feitas em países do Terceiro Mundo onde as leis trabalhistas quase inexistem. Mas o nosso barato tem um preço muito caro para milhões de pessoas que são exploradas diariamente, é só ver a tabela aí de cima e constatar que uma costureira em Bangladesh ganha 21 centavos de dólar por 1 hora de trabalho. O pior é que com a China sendo pressionada a valorizar o yuan, o que obviamente vai aumentar o salário da população, as fábricas vão se concentrar ainda mais em Bangladesh e companhia.

Daqui pra frente vou checar a etiqueta do “made in…” antes de comprar qualquer coisa. Ah! E não é só fast fashion que é produzida nessas condições não. Tem muita marca de luxo alterando seu “made in (algum lugar da Ásia) por “made in Italy” só pra reafirmar seu valor artesanal e ficar bem na fita… 
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