O calendário da moda é tradicionalmente formado por duas temporadas de prêt-à-porter feminino (em fevereiro e setembro), duas de masculino (janeiro e junho) e duas de alta-costura (janeiro e julho, em Paris). Isso até alguns anos atrás, quando o ritmo dos lançamentos era mais lento e as redes de fast fashion não tinham o prestígio de hoje (Topshop e H&M são consideradas tão poderosas quanto Chanel e Louis Vuitton).
Alexander Wang e Giorgio Armani
Balenciaga e Burberry
O mercado mudou e as grandes grifes, por pressão dos próprios consumidores, tiveram que se adaptar aos novos tempos. Na prática, isso significa mais coleções ao longo do ano, mais opções de consumo e, consequentemente, mais compras (bem, isso antes da crise). De olho na fórmula de renovação constante do fast fashion, as marcas luxo passaram a investir pesado nas chamadas pré-coleções. Não que elas tenham sido “inventadas”, pois o resort (ou cruise ou cruzeiro) já era uma linha lançada para o período de festas de fim de ano, quando muitas clientes, sobretudo nos EUA, viajavam para o Caribe ou outros países tropicais fugindo do frio. A linha consistia basicamente de biquínis, maiôs, saídas de praia, alguns looks de festa e acessórios e era lançada discretamente para compradores e poucos jornalistas em showrooms. A fórmula permanece a mesma e com exceção da Chanel, que fez um desfile em Veneza neste ano, todas as outras marcas optaram por mostrar suas peças em espaços reduzidos. Os lançamentos aconteceram entre maio e junho e as roupas chegam às lojas a partir de novembro. Porém, se antes apenas algumas empresas investiam na linha, hoje quase todas não abrem mão de oferecê-la e vão muito além dos biquínis e vestidos de festa.
Calvin Klein e Celine
Dior e Givenchy
As particularidades do resort vão além: como não há shows, não há necessidade de coleções conceituais. Pelo contrário. As peças já estão prontas para vestir e é possível identificar a proposta do estilista logo de cara. Sem contar que a chance de cópias é muito menor, assim como de ter aquela roupa “datada” de grife. Com a globalização do consumo, as grifes também não perdem vendas devido às diferenças de estação nos hemisférios sul e norte, pois sempre haverá roupas adequadas. Não é à toa que as vendas são tão significativas. Segundo Sidney Toledano, CEO da Christian Dior, em entrevista ao IHT, o resort corresponde a mais de 60% das vendas anuais!
Gucci e Lanvin
Louis Vuitton e Marc Jacobs
Para algumas marcas o resort funciona como um preview da primavera/verão, enquanto para outras é um desafio diferente, pois o recado tem que ser dado sem artifícios de cenários e styling pesado. A imprensa comemora o ritmo mais lento, sem o caos das semanas de moda, e os compradores adoram poder examinar as roupas com calma. Com um declarado cansaço dos desfiles por boa parte da indústria, redução de custos de apresentação e garantia de lucro, não é de se espantar o espaço cada vez maior das Cruise collections. Para ver todas, acesse o style.com
Marni e Miu Miu
Oscar de la Renta e Proenza Schouler
Aqui no Brasil, o equivalente ao resort é o alto-verão. O Claro Rio Summer foi criado para promover a estação que é a nossa cara e vários eventos de atacado acontecem neste segundo semestre para vender essas coleções. Alguém ainda duvida que é sucesso garantido?
Prada e Roberto Cavalli
Stella McCartney e Versace
Viktor & Rolf e Yves Saint Laurent
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