Carrie Bradshaw, personagem do seriado “Sex and The City”, tornou-se um dos ícones do mundo fashion. Disso ninguém duvida, ainda mais que, em meio ao lançamento do segundo filme da série, um dos assuntos mais badalados pela mídia foi justamente o guarda-roupa de Sarah Jessica Parker, que dá vida à personagem criada por Candance Bushnell desde a década de 1990. O que os fãs da série não conhecem é a vida de Carrie antes de “Sex and The City”, quando ela ainda era uma menininha do interior e nem sonhava em ter Manolos no closet.
É justamente esta história que o livro “Os Diários de Carrie”, lançado recentemente no Brasil pela editora Record, pretende contar. O livro mostra que desde a escola Carrie Bradshaw já sonhava em se tornar uma escritora e não se conformava com a ideia de continuar morando em uma cidade do interior. Ao longo dos capítulos, ela começa a escrever para o jornalzinho da escola, cria polêmica com seus textos e questiona tudo o que acontece à sua volta, o que mostra aos leitores que as sementes da Carrie que conhecemos através do seriado já estavam plantadas desde então.
A moda não é um elemento central do livro, mas os primeiros interesses dela pela combinação de peças e o cuidado com o seu guarda-roupa também aparecem. Se no seriado um dos objetos mais queridos da personagem é o cordão Carrie, que ela compra em uma feira com suas três amigas – Samantha Jones, Miranda Hobbes e Charlotte York – e se torna um objeto-símbolo da sexta temporada, no livro a personagem transforma, criativamente, uma bolsa suja de esmalte em um objeto personalizado e desejado por outras pessoas. E, é claro, ela estampa o nome “Carrie” na bolsa, que tem um significado especial por ter sido um presente de sua falecida mãe. As primeiras decepções amorosas e o relacionamento com suas amigas de escola estão entre os temas centrais do livro, escrito em uma linguagem teen, já que a protagonista tem aproximadamente 18 anos.
O livro mostra que o sonho do Sr. Bradshaw era que Carrie, assim como ele, fosse cientista e estudasse em uma faculdade perto de casa. Ela chega a ser aceita na universidade dos sonhos de seu pai, só que antes de começarem as aulas ela envia uma carta a um curso de literatura de verão em Nova York, é convidada a participar, e convence seu pai a deixá-la ir. Quando chega em Nova York, usando um chapéu de sua avó – o que faz parte de sua fantasia, chegar à cidade usando chapéu – ela disca um número que muda o curso de sua vida: o de Samantha Jones, prima de uma de suas maiores inimigas da escola. A partir deste encontro o quarteto mais fabuloso de Nova York começa a se formar.
“Diários de Carrie” é uma divertida viagem ao passado para quem já passou dos 20, além de falar de questões universais e narrar a adolescência de uma das personagens mais divertidas, confusas e fashion da televisão e agora do cinema.
Flávia Custódio é jornalista e também escreve sobre cultura para o seu blog: www.flaviacustodio.com. Ela gentilmente escreveu esta resenha para a Modalogia!