Eu acho que comprar online é uma das maravilhas do mundo moderno. Você não precisa sair de casa, não atura vendedor chato, não paga estacionamento de shopping e ainda recebe tudo em lindas embalagens. Boa parte da população deve concordar comigo, vide o crescimento dos e-commerces na última década. E se no início uma das maiores barreiras para comprar roupas pela internet era a impossibilidade de experimentar, isso não é mais impedimento graças às tabelas de medidas, políticas de trocas camaradas e até avatares que prometem reproduzir a pessoa na tela do computador.
Com tantos pontos positivos, as lojas virtuais de moda cresceram e apareceram no Brasil (uma matéria da Harper’s Bazaar de junho traz dicas das compradoras das principais multimarcas de moda nacionais). Quase toda semana recebo releases de novos endereços, que investem em várias estratégias para se diferenciarem, seja social shopping, seja curadoria de it pessoas e por aí vai… Mas, quando clico no link e a página abre, em 99% das vezes me decepciono. O mix de marcas oferecidas costuma ser bom, mas a vontade de navegar pelo site é quase zero. Geralmente os layouts são confusos, as fotos são de péssima qualidade e a apresentação dos produtos me faz crer que estou numa versão virtual de uma loja de departamento popular, com etiquetas de preços enormes e opções de parcelamento a perder de vista.
Para piorar o cenário, os blogs, que deviam atuar como conteúdo inteligente, para impulsionar as vendas, têm um monte de informações inúteis, que em boa parte das vezes não têm nada a ver com a identidade da loja, e apenas replicam as notícias do dia ou copiam fórmulas de street style de blogueiras. Resumindo… experiência no ambiente de vendas péssima!
Por tudo isso, resolvi prestar um serviço de utilidade pública e analisar as razões do sucesso de alguns e-commerces. O primeiro, claro, é o Net-a-Porter, o original, inovador e aspiracional site fundado por Natalie Massenet há mais de 10 anos e que hoje pertence ao conglomerado Richmemont. Por que ele merece os títulos e os prêmios recebidos?
Bom, para começar, o endereço sempre se posicionou como uma loja de luxo e para isso cuida dos mínimos detalhes que fazem a diferença: do layout clean às belas caixas e sacolas, passando pelas imagens impecáveis e, obviamente, pelas marcas vendidas, tudo é impecável e de alta qualidade.
Outro ponto importante, vindo provavelmente da experiência de Natalie como editora, é funcionar como uma revista de moda, com novos conteúdos semanais sempre linkados ao universo da marca. Tendências, wish lists, entrevistas com estilistas, editoriais caprichados… é como se você estivesse lendo uma versão da Vogue, com peças acessíveis em poucos cliques.
Por fim, a disposição e apresentação das peças é bem objetiva. Você pode visualizar cada uma em vários ângulos e ainda assistir mini vídeos com uma modelo. A descrição é concisa e informativa, e na hora de decidir o tamanho é possível ligar para um SAC especializado no assunto. Quer mais? Tem apps para iPhone e iPad, onde você pode fazer compras expressas, acompanhar as vendas em tempo real e descobrir os looks mais populares. Com tudo isso, o preço dos produtos é um detalhe, como em toda marca de luxo, afinal é a experiência que conta… E assim, o Net-a-Porter segue como líder absoluto, com pouquíssimos concorrentes à sua altura e uma legião de empresas que tentam em vão copiá-lo. www.net-a-porter.com