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Você já deve estar cansado de ler a respeito dos grandes debates de 2015: a velocidade frenética da moda foi a maior culpada na separação entre a Dior e Raf Simons, as mídias sociais estão fazendo a indústria repensar o calendário (alguns exemplos: a New York Fashion Week considerando se tornar um evento para consumidores, Rebecca Minkoff desfilando primavera/verão em vez de outono/inverno na próxima semana, Proenza Schouler só vai mostrar o pre-fall perto da data de lançamento) e até os desfiles estão sendo questionados (Tom Ford e Thomas Tait são alguns dos que desistiram e vão mostrar as próximas coleções em novos formatos). Além disso, vimos um bom número de designers sair de empresas aparentemente em ordem (Alex Wang, Alber Elbaz, Donna Karan) enquanto outros decidiram fechar ou fazer mudanças drásticas (Jonathan Saunders, Thakoon). A sensação predominante é a mesma: há algo muito estranho acontecendo e a moda parece estar perdendo seu lado divertido.
No entanto, a moda não é mais a mesma. Ela está no centro da indústria de entretenimento e precisa entreter o público. Quando os consumidores ganharam acesso direto para suas queridas marcas através das mídias sociais, este diálogo precisava ser compensado, daí a excitação com desfiles ao redor do mundo, a variedade de eventos e campanhas e, claro, a oferta de novos produtos praticamente o tempo todo.
Curiosamente, se assistirmos a um desfile de alta-costura antigo, dos anos 50 e 60, não era raro ver coleções com mais de 100 looks e apresentações que podiam durar horas. Se pensarmos que hoje uma coleção tem em média 30 a 35 looks, desfilados em menos de 10 minutos, dá para argumentar que os estilistas criam mais ou menos a mesma quantidade de produtos. Sim, mas a criação, desenvolvimento, distribuição e promoção eram feitas em uma escala muito menor, com mais tempo entre lançamentos. Além disso, não dá pra esquecer que boa parte das marcas agora pertencem a conglomerados com ações na bolsa de valores, o que os força a mostrar que são lucrativas para os investidores. Evidentemente, a pressão para alcançar as metas financeiras só aumenta a demanda para criar “the next big thing” e essa busca sem fim pelo novo está claramente cansando todos os envolvidos. Há um excesso de tudo: de designers, de coleções, de produtos. E pouco tempo para digerir ou simplesmente admirar as criações.
A indústria sabe que em um mundo globalizado, com marcas que são vendidas em todos os continentes, não faz mais sentido dividir coleções em primavera/verão ou outono/inverno, ou lançar a primavera quando ainda está nevando. Eles sabem que não faz sentido promover um monte de imagens de produtos que só estarão disponíveis para compra daqui a 6 meses, assim como é ridículo pensar que alguns deles são concebidos apenas para fotografar bem no Instagram. Mas todo mundo está fazendo isso e ninguém quer se sentir para trás, ou pior, mostrar para o consumidor que está para trás. Não há tempo para pensar ou refletir se esses modelos são bons para a imagem da marca, para os funcionários ou para a estratégia do negócio. Então, vamos seguir a fila. E vender, vender, vender.
Mas, talvez, não seja hora para nós, consumidores, pensarmos sobre esse impulso de comprar, comprar, comprar? Quem realmente vai adquirir tudo que curte no Instagram? Quantas fotos você realmente lembra depois de rolar seu feed por um minuto? Quantas it bags a gente precisa ter no armário? Lembra quando a moda não era obcecada por acessórios e as bolsas nem apareciam nas campanhas? A mídia nos ensinou que misturar high fashion com fast fashion é ótimo, mas a gente precisa comprar algo toda vez que entra na Zara, H&M, Forever 21… E quem realmente pode bancar um vestido da coleção pre-fall, primavera, outono e resort da Dior, Gucci ou Chanel?
Ninguém parece ter a resposta para as perguntas de $1 milhão (ou bilhão) sobre a mudança no calendário, a relevância dos desfiles ou até mesmo a necessidade de tantas coleções. Mas todo mundo concorda que a moda precisa repensar suas propostas e parar com essa histeria que não é positiva para as marcas, para os estilistas, para as lojas e para os consumidores. Menos é mais é uma frase que nunca sai de moda. É hora de focar nela.
Leituras para inspirar:
Was 2015 the year fashion crashed? From departing designers to collapsing seasons – Alexander Fury, The Independent
The death of fashion lead to appetite for something new’: The Emancipation of Everything – Lidewij Edelkoort manifesto, Fashion United
The Year in Fashion: In the Wake of Fall’s Designer Exits, It’s Time to Start Thinking Small – Maya Singer, Vogue.com