Em homenagem ao lançamento do livro de Pierre Cardin, aí vai uma mini biografia do estilista:
Estilista, designer, diplomata, empresário. Pierre Cardin foi o primeiro costureiro a incorporar as mudanças que a moda e o mundo estavam passando a partir da década de 60 e inovou ao licenciar seu nome e expandir sua marca para vários países. Nascido em 1922, na região de Veneza, Itália, filho de pais franceses, cresceu na França e saiu de casa aos 17 anos quando foi para Paris, onde trabalhou com Jeanne Paquin, Elsa Schiaparelli e Christian Dior além de fazer figurinos para Jean Cocteau. Em 1950, abriu sua própria maison, na Rue Richepanse, e três anos depois lançava sua primeira coleção de alta-costura. Suas criações seguiam os padrões de glamour da época e os preços eram tão altos que o próprio Cardin declarou que “hoje sentiria vergonha de pedir aqueles preços”. Mas o grande “boom” do estilista aconteceria mais tarde.
No fim da década ele lançou, pela primeira vez, uma coleção unissex e, em 59, uma de prêt-à-porter para a loja de departamentos Printemps, duas grandes inovações. Um ano depois ele fez história ao licenciar seu nome e construir um império milionário, que chegou a ter 840 licenças em 125 países com produtos que iam de móveis a colchões, passando por chocolates e aviões particulares. Ao longo da década, Cardin desenvolveu coleções de prêt-à-porter feminino, masculino e até infantil, mas apesar de todo o sucesso, foi expulso da Chambre Syndicale, afinal sua visão de marketing estava muito além das tradições da alta-costura.
Sua moda, assim como a de André Courrèges e Paco Rabanne era a cara dos anos 60: divertida, futurista e inovadora. Cardin ficou conhecido pelos vestidos recortados, catsuits de malha, calças justas de couro, macacões e gola-capuz. Tudo acompanhado de acessórios ou detalhes de plástico ou vinil, como botas e capacetes conhecidos pelo estilo “era espacial”.
Ao longo dos últimos anos, apesar de fazer alguns desfiles especiais, Pierre Cardin se dedicou a outras áreas, como a diplomacia (foi embaixador da UNESCO) e o design, além de ser um dos donos do famoso restaurante Maxim’s, aberto em 1981, em Paris. Quando comemorou 60 anos de carreira, em 2006, inaugurou um museu, nos arredores de Paris. Lá, é possível ver de perto as criações mais famosas do estilista de 88 anos. Apesar do acervo contar com cerca de 140 peças, não espere que ele eleja a sua favorita pois esta, segundo ele, ainda será criada: “Minha roupa preferida é aquela que invento para uma vida que ainda não existe, ou seja, para o mundo de amanhã”.