A economia do Brasil pode estar se desacelerando e até na China as taxas de crescimento estejam menos intensas, mas isso não significa que a indústria do luxo seja menos otimista em relação aos mercados emergentes. Segundo o relatório divulgado pela Bain & Company, o faturamento global do segmento vai crescer 50% mais rápido do que o PIB mundial. Neste ano, a expectativa é de que ele fique entre 4 e 5%. Para a empresa, é hora de olhar para novos mercados e consumidores, além de investir em serviços e gestões mais especializadas.
O estudo mostra que a cada ano mais HENRYs (High Earnings, Not Rich Yet – pessoas com alta renda mas que ainda não são ricas) se tornam potenciais consumidores de luxo. Além disso, a ascensão da classe média nos países emergentes traz uma nova geração de compradores para ser público-alvo das marcas.
Outro dado importante do relatório é a busca por produtos de luxo sem logotipos e de qualidade impecável, o que está diretamente ligado à tendência de cultivar o heritage das grifes. A prática já pode ser vista inclusive na China, onde marcas como a Louis Vuitton já declaram que vão diminuir a oferta de bolsas cheias de logo e investir em peças mais clássicas.
Por falar em China, com o consumo mais estável no país, as empresas se expandem para o Sudeste Asiático. Aberturas de lojas e campanhas na região mostram a relevância desses mercados. Na América Latina, os queridinhos ainda são Brasil e México, que devem contribuir bastante para um crescimento entre 5 e 7% do setor neste ano.
Enquanto o Japão e os Estados Unidos dão sinais de retomada no consumo, na Europa a situação continua crítica. Com a queda no turismo e o controle de gastos dos europeus, a taxa de crescimento não deve passar de 2%.
Para finalizar, a Bain & Company adverte que o sucesso das empresas de luxo nos próximos anos será definido pelo foco em 3 princípios de gestão: experiência do cliente (com serviços personalizados e comunicação interativa e inovadora em todos os canais – físicos e virtuais), varejo impecável (do ambiente de vendas ao mix de produtos certos que vão atrair e encantar) e gerenciamento eficaz de pessoas (do vendedor ao CEO, o treinamento dos funcionários faz toda a diferença)