Dolce & Gabbana: com a palavra heritage tão em alta (veja o último Direções), a dupla mergulhou em seu arquivo dos anos 90 e, obviamente, na herança siciliana para criar um outono/inverno impecável. Para começar, uma surpresa: peças masculinas, resgatando outra tradição italiana, a alfaiataria e o artesanal. Blazers simples e de duplo abotoamento, sem calças, foram invadindo a passarela, acompanhados de baby dolls. Tudo em preto. Depois foi a vez dos tailleurs em tricôs, com saias retas pelos joelhos e corselets. Vestidos drapeados de veludo em A, cores como vermelho e vinho, aplicação de flores, estampas florais, de poás e de leopardo foram aparecendo e recriando a iconografia da marca. As rendas não podiam ficar de fora e surgiram como macramê ou sobrepostas em forros de cores contrastantes. Outros destaques: shortinhos de tricô, peças em nude e dourado, cardigãs, golas de pele, vestidos-casaco e fones nas orelhas, com porta iPods chiquérrimos!
Marni: o look geek chic da grife continua firme e forte, com uma silhueta solta, privilegiando os pepluns (ou basques) nos tailleurs e blusas usadas com bermudas e shorts. As cores contrastantes (verde água, vermelho, rosa e mostarda usadas com bege, telha e cinza) e as estampas gráficas também merecem destaque. No mais, coletes de peles, texturas e meias ¾ semitransparentes.
Versus: Donatella Versace e Christopher Kane focaram em jovens meninas que vão adorar as mini saias plissadas dos vestidos cheios de vazados e recortes nada discretos. Para variar um pouco, jaquetas de couro, corselets, smoking com skinny e camisetas com estampas de campanhas da marca nos anos 90 (olha eles aí de novo), fotografadas por Bruce Weber.
Salvatore Ferragamo: na estréia de Massimiliano Giornetti no feminino (ele já faz o masculino), adeus à sensualidade excessiva. A androginia ganhou ares sofisticados com calças de pregas em padronagens clássicas usadas com tricôs grossos sobre blusas de gola-lenço. Veludos, camurça e couro também contribuíram para o clima 70’s, completado por chemisiers, saias midi e alguns macacões. No final, longos metalizados mostraram o potencial do estilista para não ficar apenas nas roupas de dia. A cartela contribuiu para a mensagem da coleção: tons de marrom, bege, verde escuro e preto.
Missoni: misturando Escócia e África, Angela fez literalmente um patchwork de tricôs e texturas, em cores vivas e neutras, com muitos ponchos (alguns parecendo cobertores), saias retas, bermudas, bustiês, vestidos midi e muita barriga de fora.