O Outono/Inverno da Prada pode ser resumido em um surpreendente estudo da sobriedade. O preto dominou toda a coleção (será o indicio de um inverno total black?) com pitadas de cinza, numa aposta pela silhueta super esguia. Só que por cima desse shape estreito, Miucca Prada resolveu jogar casacos oversize, de grandes proporções. Em uma determinada parte do desfile, a estilista optou por uma série de casacos abotoados e sapatos de silhueta bem conservadora, talvez uma aposta de Miucca depois de algumas coleções de homens mais frágeis e de aspecto mais modernoso.
A resposta de Tomas Maier diante da realidade foi decidir por uma coleção mais suave. Então, os tricôs são a fundação da coleção, desde as peças mais óbvias (suéteres, por exemplo) às mais contemporâneas, como a gravata de cashmere. Os tecidos foram lavados para dar um aspecto de usado e a cartela de cores priorizou o chocolate e o cinza. Se até então, Maier havia optado pelos volumes, em proporções que evocavam um certo glamour da velha Hollywood, agora a aposta é na silhueta mais seca.
Emporio Armani
A passarela da Emporio Armani foi invadida por uma profusão de verdes. Eles vieram em calças de cintura mais alta usadas com jaquetas de couro, enormes casacos de veludo que literalmente “envelopavam” vários looks, colarinhos de pele e parkas. Na verade, parece que o estilista resolveu resgatar seus clássicos, quase como num estudo da história da marca. E nesse clima de resgate, o que se viu na passarela foram jacketas desestruturadas e calças menos secas. Destaque para o look mais para o fim do desfile, uma espécie de “ski wear”, talvez o mais moderno da coleção, apesar das sugestões vintages que fazem parte do universo do estilista. Uma coleção sem novidades mas que cumpriu a função de atualização dos novos clássicos criados pela marca através de novos materiais e cores.
Alexander McQueen
Considerando que Alexander McQueen começou sua carreira em Savile Row, foi pertinente que o estilista evocasse, em sua coleção Outono/Inverno 2009, um homem que parece ter sido tirado de uma Londres de fins do século XIX, seguindo a tendência atual de homens mais sombrios e conservadores. Mas o que realmente chama atenção nessa temporada da marca é o trabalho em cima de uma masculinidade expressiva. Os modelos andavam pela passarela e a alfaiataria tinha caimento tão bonito que o resultado agradou. Um show de idéias que o consumidor pode realmente aproveitar. Por Julio Honaiser