Giorgio Armani – Quem mais seria capaz de se inspirar na década de 80, uma das mais poluídas e exageradas da moda, sem perder a elegância? Armani conseguiu o feito na coleção outono inverno da grife que foi apresentada ontem na semana de moda de Milão. O desfile contou com uma cartela de cores bem restrita, o tom forte ficou por conta do batom das modelos, mas foi possível ver a referência à década nos looks que vieram com luvas e toucas de couro que remetiam ao período. Excluindo acessórios e maquiagem, as produções estavam elegantes com peças de alfaiataria que têm tudo para virar febre e o brilho noturno, marca registrada da grife.
D&G – Ambientado no Metropole, teatro onde Maria Callas gravou uma memorável versão de Norma de Bellini, o desfile dos estilistas Dolce e Gabbana começou com uma pesada cortina de veludo vermelho se abrindo e a passarela coberta por um tapete da mesma cor. A coleção reproduziu o glamour sugerido trazendo muitos babados, saias de tule (essas combinadas com camisetas que tinham o rosto de Callas estampado), mangas volumosas e saias com um corte Elisabetano que já foi visto na semana de moda de Londres e indica uma forte tendência. A apresentação da coleção foi um verdadeiro espetáculo e, como todos sabemos e os estilistas quiseram dizer, apesar de toda a crise, ele deve continuar.
Gianfranco Ferré – Com a incerteza pairando no ar, o desfile da Gianfranco Ferré encheu a passarela de glamour e austeridade. Com tecidos caríssimos, como visom e veludo, e produções predominantemente pretas, a marca dos estilistas Tommaso Aquilano e Roberto Rimondi trouxe peças exuberantes com um toque nada sutil da década de 80, os ombros exagerados não nos deixam mentir, mesclado com o glamour Elisabetano que parece ser uma forte tendência para a próxima estação.
Burberry Prorsum – Com um desfile mais leve e fluido, a Burberry manteve o foco da marca na passarela: os outerwears (casacos e peças colocadas por cima da roupa). Com cores sóbrias, assim como a maioria dos desfiles da temporada, os trench coats tiveram forte presença na passarela e os casacos, pesados para o clima frio do hemisfério norte, faziam par com tecidos leves e vestidos esvoaçantes. O conforto parece ter sido uma das palavras chaves das peças e a coleção foi, sem dúvida, um suspiro de alívio para quem não quer enfrentar a década de 80 no próprio guarda-roupa.
Alberta Ferrreti – O desfile da estilista foi um banho de cores nas passarelas opacas da temporada, com exceção de Marc Jacobs. O desfile não saiu muito do padrão Alberta, mas marcou bem algumas tendências: a cintura marcada, o blazer oitentista e as ankle boots estavam presentes. As produções com contrastes de cores deram um belo toque à coleção que não pareceu ter uma temática bem definida. Havia peças para todos os gostos o que muitas vezes pode ser uma garantia na hora das vendas.