Ah, se ele soubesse como faz falta… A última coleção de Alexander McQueen, cujas 16 peças apresentadas hoje, no QG do PPR, estavam prontas antes de sua morte em 11 de fevereiro, são mais uma demonstração de seu absurdo talento. Referências ao Império Bizantino, às pinturas clássicas e ao escultor holandês Grinling Gibbons deram corpo aos modelos com volumes localizados: mini saias balonês, mangas fofas e algumas “abas” nas blusas. As cores eram vermelho, dourado, preto e off-white. O trabalho de estampas digitais que McQueen já desenvolvia há várias estações estava presente na reprodução de pinturas e esculturas, enquanto os bordados dourados, bem ao estilo rococó, se destacaram ainda mais no cenário do desfile.
Nas últimas peças, mais fluidez com as sedas dos longos vestidos sob mantos bordados e estampados e o look final: um casaco de penas douradas sobre um vestido-sereia de tule. Nos pés, cuissardes e ankle boots com plataforma, bem mais usáveis que os sapatos-tatu da última estação. Na cabeça das modelos, uma espécie de coroa, como a crista de algumas aves.
Foi uma apresentação emocionante, que levou às lágrimas vários convidados. A notícia que a marca vai continuar, ainda sem um nome à frente (esta semana surgiram especulações que Gareth Pugh ia ocupar o cargo, mas ele desmentiu) por um lado serviu de consolo para clientes e admiradores. Mas por outro, saber que o gênio McQueen não está mais por trás nos dá muita tristeza…