Se a saia mullet continuar em alta, a culpa é de Nicolas Ghesquière! O modelo assimétrico ganhou várias leituras na passarela da Balenciaga, só que, claro, estava muito mais sofisticado, com direito a babados estruturados que pareciam móbiles! A mullet também apareceu ao contrário, com “rabos” frontais e assimetria na diagonal. A inspiração de algumas peças pode ter vindo do flamenco, ou seja, da herança espanhola de Cristóbal, mas tinha todos os elementos que Nicolas utiliza para perpetuar seu posto na marca.
O desfile começou com tops vazados, barriga de fora, algumas calças de pregas com cintura alta e foco nos quadris com pepluns embabadados. A silhueta “box” nas blusas, jaquetas e casacos já faz parte do repertório da marca, assim como a exploração de tecidos que formavam belas texturas de tweed e até ilusões óticas, como na série de saias + blusas (na verdade, vestidos) que contrastavam vermelho, amarelo e azul claro com estampas em preto e branco. Logo depois, vieram os vestidos de couro com barras recortadas e de cintura Império que fecharam o show com um trabalho artesanal magnífico!
Na cartela de cores, muito preto e branco, beges, cinzas e toques de amarelo, azul claro e vermelho. Para quebrar a sensualidade das roupas, os sapatos como sempre fizeram o contraponto andrógino, com oxfords e modelos com carinha vintage. E a it bag da estação lembra um bauzinho redondo, de alças curtinhas.
Esta pode não ter sido a mais emblemática coleção do estilista para a grife, porém ela não deixa dúvidas sobre seu talento e influência. Numa temporada em que as comparações vão ser inevitáveis, Nicolas já está no lucro!