E com o fim da semana de moda masculina em Paris, já dá para saber que alguns princípios explorados na semana de Milão acabaram se repetindo, o que sugere a antecipação de alguns fundamentos para esta temporada. Primeiro: sobriedade é a palavra da vez. O que se viu para a estação foram looks de tons escuros e de um ar quase agressivo. Segundo: existe um movimento de resgate dos clássicos e básicos que aparecem aos montes, principalmente na alfaiataria. Talvez uma maneira que as marcas encontraram de “fidelizar” ainda mais seus clientes em momento de crise. A lógica pode ter sido: se não dá pra gastar muito, prefira os clássicos eternos. Confira, abaixo, os destaques da temporada:
Paul Smith – Outra ótima coleção no estilo “geek chic”, só que agora com um olhar na Índia e sua cultura de colônia. Uma coleção que fez bom uso do tweed, xadrez, sintéticos e tecidos reciclados, dando novo olhar a velhos temas. O outerwear surge com um sabor 70´s rock, que dá gosto, já que estamos diante de um nome que se expande nessa temporada.
Dries Van Noten – os fundamentos da vez ficam evidentes na coleção do estilista belga, onde pequenos detalhes alteram a modelagem e proporção da alfaiataria. Calças mais folgadas, com uma simples pregas, terno com apenas um ou dois botões, só que mais deslocados para dentro são algumas das propostas da marca, que fez um desfile nem um pouco maximalista, como convém ao histórico da grife.
Lanvin – Lucas Ossendrijver também explorou muito bem a alfaiataria, sempre atento aos detalhes. O estilista consegue atingir uma certa suavidade em looks bem confortáveis, de silhueta solta em tecidos desestruturados e leves. A calça chega mais volumosa, com blazer mais ajustado.
Kirs Van Assche – O estilista propõe uma alfaiataria bem confortável, claramente inspirada no sportswear. Destaque na boa proporção da camisa ou blusa mais longa e leve sobre o blazer mais estruturado, ou então substituindo o abotoamento deste por uma fivela e as golas de camisas por golas volumosas ajustáveis, tipo em parkas.
Hermès – Sendo uma das marcas top francesas quando o assunto é luxo, nesta temporada a grife uma coleção moderna e sofisticada, com peças em verde oliva, pretos (sempre eles) e cinzas que cairão como uma luva no consumidor Hermès. Alguns lampejos de amarelo forte e vermelho, no entanto, sugerem um leve perfume street, sem comprometer a elegância do homem da marca. Os casacos pretos e as peças de tricô resumem de maneira eficiente a cara da grife francesa: a de um homem sofisticado, pouco suscetível aos gritos de modernidade da indústria da moda.
Kenzo – Nas mãos do novo diretor criativo Antonio Marras, o inverno da marca teve pegada russa, com destaque para os casacos Raglan com mangas. A coleção veio menos cheia de detalhes que tanto caracterizam o histórico da marca. Pelo contrário. A aposta parece ter sido em peças mais limpas, tornando-as mais fáceis para compradores e consumidores em potencial.
Louis Vuitton – Sob a direção criativa de Paul Helbers, a coleção da grife de luxo prestou homenagem a um Caribe nostálgico, com uma rica cartela de azuis e tons achocolatados. O uso dos esportes urbanos no design das peças foi levado para essa estética clássica caribenha, enquanto que o retorno do clássico monograma da Louis Vuitton foi visto nas bolsas hexagonais. Apesar do caimento seguro e relaxado que a marca decidiu explorar nessa temporada, ela manteve-se fiel à imagem de moda luxuosa, com detalhes em pele e malas hiper clássicas.
Rick Owens – Peças de aspecto bem pesado como as botas em couro de cano alto, casacos pesados em lã ou couro, vinham combinados com peças mais delicadas em algodão bem fino ou numa lã mais leve, sempre desestruturada. Misturando tudo num bom jogo de sobreposições, Owens consegue dar um certo frescor e até mesmo emoção a um look fechado, sóbrio demais. Também aposta na alfaiataria, que se destaca pelos detalhes, ora mais sutis como uma modelagem mais seca ou desestruturada, um abotoamento um pouco deslocado, ora mais forte como nos paletós que parecer ser enrolados no corpo, as vezes combinados com saias – elas estão super aparecendo – ou peças mais volumosas em pele.
Raf Simons – O foco foi também na alfaiataria, aqui numa silhueta mais próxima ao corpo, bem seca, mas não tão skinny como antes. As formas são bem enrijecidas, dando estrutura as jaquetas, que ficam bem moldadas ao corpo. Destaque para as formas arredondadas nos ombros, em boleros de neoprene, e na proposta de acinturar os paletós.
Comme des Garçon -. Dando o nome de Fashion Illusion a sua coleção, Rei Kawakubo aposta maciçamente nos efeitos de tromp l`oeil. Ternos de aparência bem sóbria ganham aplicações e recortes de tecidos em outras tonalidades a padronagens como xadrez, listra e onça. As saias plissadas, combinadas ou com blazers, colete e camisa também chamaram atenção.
Junya Watanabe – O tromp l`oeil também reinou absoluto, só que misturando elementos do universo da caça com sua alfaiataria. Os ternos vinham cheios de elementos de lã ou feltro típico de roupas de caças, recortes xadrezes, ou então sobrepostos a jaquetas de nylon em matelassê.
Hugo by Hugo Boss – O belga Bruno Prieters misturou um certo futurismo tecnológico do século XVI, com a cena e escolas artísticas da Alemanha nos anos 30. O resultado foi uma imagem consideravelmente forte, com ternos de corte extremamente preciso e geométrico e modelagem mais ajustada ao corpo. As calças skinny vinham com ternos de proporções reduzidas, tanto no comprimento como na modelagem em geral, acinturando levemente, com mangas mais estreitas, e lapelas bem fininhas, as vezes até sem a parte de cima.
Gareth Pugh – Dá continuidade a sua estética, com aquela profusão de formas extravagantes, muito vinil e clima bem underground. E ainda que sem mostrar nada de realmente novo, Pugh conseguiu provar que tem muito potencial também no masculino, apresentando boas versões de ternos e blazers, sempre numa silhueta mais justa, com aplicações de materiais sintéticos.
2 comentários sobre “Semana de Moda Masculina de Paris”
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