Semana de Paris: 04/10 – Ungaro, Lagerfeld, Givenchy, Chalayan…

emanuel-ungaro01

Emanuel Ungaro: nesta época em que qualquer pessoa pode virar um “especialista” da noite pro dia (já reparou que todo mundo hoje em dia é DJ, jornalista de moda, fotógrafo e designer de estampas?), o grande risco é desvalorizar a experiência e a técnica necessária para uma atividade. O maior exemplo disso é a contratação de Lindsay Lohan como “consultora criativa” da Ungaro, tendo a estilista Estrella Archs como coadjuvante. O resultado? Obviamente desastroso. A coleção não tinha a coerência e a consistência que se espera de uma Maison francesa renomada, para dizer o mínimo. Estampas de corações, cores vibrantes, micro vestidos tão colados que até as modelos ficavam “cheinhas”… Sinceramente, o que vale trazer uma celebridade para uma função dessas se não para criar uma confusão de paparazzi e atrapalhar o trabalho das pessoas realmente sérias, que estudaram para isso e valorizam o ofício de um real designer de moda? Se o objetivo era um “falem mal mas falem de mim”, a missão foi cumprida, pois a internet está lotada de comentários desfavoráveis à coleção… No mais, fica a dica: para quê pagar milhares de dólares se o que apareceu na passarela pode ser encontrado em qualquer fast fashion?

karl-lagerfeld02

Karl Lagerfeld: em sua própria etiqueta, Karl trabalhou o futurismo com foco em peças de volumes estruturados, muito preto e branco, além de cinza, coral e bordados de prata. A androginia apareceu nas jaquetas de vários comprimentos. No fim, belos vestidos rígidos com metalizados.

hussein-chalayan12

Hussein Chalayan: fantasiado com smoking e bigodinho, o estilista narrou o desfile. Sério! No caso de Chalayan, é obvio que havia muito mais por trás dessa aparente volta ao passado. Ele juntou imagens fantasiosas de balneários dos anos 50, freqüentados pelo ricos e chiques do jet-set, com o minimalismo de suas primeiras coleções, nos anos 90. Para completar, tecidos com texturas de ondas, em azul marinho, e detalhes surrealistas nas mãozinhas nos decotes e barras dos vestidos drapeados – uma alusão ao trabalho das costureiras e modelistas que de fato constroem a roupa. Outros destaques: sutiãs pontudos (tão 50’s e tão sofisticado), maiôs, cigarretes e chapéus com óculos aplicados, o toque futurista e tecnológico tão característico de Hussein.

dries-van-noten04

Dries van Noten: só mesmo o belga para fazer uma volta ao mundo (India, Japão, China, África…) ter cara de uma parisiense chique. Misturando sáris com camisas, estampas ikat e batik em jaquetas e calças, o estilista mostrou, com a ajuda de uma harmônica cartela de terrosos, que seu estilo é referência em étnico sofisticado.

givenchy01

Givenchy: em mais uma coleção tecnicamente impecável, Riccardo Tisci abriu o desfile com preto e branco e peças geométricas, além de muitos macacões de calças fofas, tipo jodhpur. Depois, foi a vez dos mini vestidos super drapeados ou com babados, em amarelo bebê, cinza e verde musgo, mini saias de couro e uma estampa gráfica, lembrando o kaffieyh, nas jaquetas, calças e camisas. O acessório que chamou atenção: chapéus pontudos, como os usados pelos bispos de antigamente. E a supresa: a top escocesa Kirsty Hume, quase irreconhecível de franja e sobrancelha depilada.

sonia-rykiel03

Sonia Rykiel: a festa não pode parar, ainda mais para a grife que acaba de assinar uma parceria com a H&M. Assim, as modelos dançavam na passarela, usando os clássicos da marca: tricôs, lingerie, babados e cores vibrantes.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.