Nos dois primeiros dias de desfiles em Paris, além das últimas notícias sobre John Galliano (que agora deverá ir a julgamento perante as acusações racistas), o comentário era que as propostas vistas nas passarelas indicavam uma nova direção para a moda. Hussein Chalayan, que sempre surpreendia com shows tecnológicos mas agora prefere mostrar a coleção em filme, inspirou-se na cultura japonesa e focou na alfaiataria, com blazers e calças soltas, casacos cocoon e alguns tubinhos com blocos de cores neutras.
Ontem foi a estreia da Carven nas passarelas, sob o comando do elogiado Guillaume Henry. Com looks que misturavam heritage escocesa com uniformes colegiais, a coleção era composta por tecidos pesados, xadrez, brasões tricotados em suéteres, muitas saias de pregas e jaquetinhas curtas com volume.
Dries Van Noten focou nos efeitos gráficos de estampas, bordados e brocados, com uma silhueta alongada, saias midi e longas, túnicas pantalonas e terninhos. A combinação de várias cores e estampas contrastantes foi o grande destaque.
Na Rochas, Marco Zanini pensou no significado do que é ser chic como ponto de partida. Com referências à Nouvelle Vague francesa dos anos 60, o desfile teve muitas saias pregueadas, capris, casacos alongados, detalhes de zíperes expostos, luvas e chapeuzinhos. Tudo que uma garota da Rive Gauche adora.
E Gareth Pugh, que na última temporada fez apenas um vídeo, voltou a desfilar trazendo suas características influências góticas e muito preto. Com looks entre uma Joana D’Arc medieval e capas de “Matrix”, a coleção era repleta de casacões de couro e looks listrados em preto e cinza. As únicas exceções foram os vestidos azul cobalto e dourado do final.