Louis Vuitton: quem viu o documentário “Marc Jacobs & Louis Vuitton” deve lembrar de um suéter lilás cafoninha que o estilista recria e transforma em peça-desejo. Entre os muitos talentos de Marc está o de pegar algo brega e antiquado e torná-lo cool e sofisticado. Essa é a síntese deste desfile. A partir de um ensaio da intelectual Susan Sontag sobre o “camp” (algo cafona, frívolo e exagerado) veio um show com estátuas de tigres na passarela e várias referências ao chinoiserie.
As peças eram puro brilho, reforçadas pelo color blocking (vinho, verde, azul, roxo, preto) das túnicas e vestidos retos nos tornozelos. O decote V profundo, também nas costas, foi marcante, assim como a estampa LV em tecidos transparentes, os florais e bordados de franjas, e até mesmo estampas de pele de zebra, girafa e tigre, claro. A maquiagem de olhos dourados e lábios cintilantes reforçou a mensagem do desfile. Já os acessórios, com sandálias de saltos finos e bolsas pequenas parecem ter sumido diante de tanto glitter. Esta não foi a coleção mais impactante de Jacobs, mas com certeza será um sucesso de vendas como todas as outras (as lojas LV andam fechando mais cedo pois estão com mercadorias limitadas e a demanda é muito grande!).
Hermès: em sua despedida da grife, Jean Paul Gaultier foi fundo na tradição eqüestre, só que carregou no teor sexy, recheando a passarela de corselets sobre vestidos e calças justas, decotes cruzados e algumas transparências. O couro era onipresente em peças pretas, caramelo e bege. A camisaria teve seu momento sob blazers e exibindo decotes, e a silhueta alongada marcou alguns vestidos longos. Botas de cano alto, chapéus e plataformas, além de mini Kellys foram os it acessórios que todo mundo vai babar nos próximos meses.
Miu Miu: “todo mundo quer ser uma estrela”, disse Miuccia Prada nos bastidores, por isso a coleção de sua segunda grife estava carregada de estrelas estampando os vestidos logo abaixo dos joelhos. As figuras lembravam desenhos de HQs, ressaltadas por cores vivas (amarelo, verde, vermelho, além de prata e dourado) no cetim – o tecido dominante, alternado ao couro das jaquetas mais curtas e quadradas, que também ganharam aplicações de estrelas e muitas flores.
Um cisne e uma cobra foram outras figuras que também surpreenderam. Outros destaques estavam nos decotes em forma de flores, nas saias de pregas e nos acessórios fluorescentes: bolsas carteiro médias e sapatos com “corsets” nos tornozelos.