No último dia do SPFW, vários estilistas se reuniram para fazer um protesto e pedir mais atenção do governo para a moda brasileira. Quem trabalha no setor, vive de perto o dilema que tomou conta da nossa indústria: os tecidos importados saem muito mais em conta que os nacionais e os altos impostos forçam empresários a jogarem os preços lá em cima, o que torna os artigos de vestuário muito caros. Não é à toa que muita gente só compra roupa no exterior!
O resultado é uma balança comercial com déficit de US$ 2,24 bilhões entre janeiro e maio de 2012 e uma produção têxtil que recuou 7,59% no período. O segmento de vestuário caiu ainda mais (13,49%) e o varejo cresceu apenas 0,45%, com a ajuda com alto volume de produtos importados. Com isso, o setor têxtil e de confecções gerou 70% menos novos postos de trabalho do que em 2011, uma diferença de 16.536 para 11.692.
Segundo o “Importômetro” da ABIT, de 01 de janeiro até o início desta semana, as importações acumuladas já somam mais de R$ 3.133 bilhões, o que significa cerca de menos 352 mil postos de trabalhos na indústria têxtil. Foi diante deste quadro desanimador, que o órgão criou a campanha “Moda Brasileira: Eu uso, Eu assino!”, que pretende levar um milhão e trezentas mil assinaturas ao Congresso para que os deputados mudem o sistema de tributação.
A única boa notícia veio na última sexta-feira: o Governo anunciou a alteração da margem de preferência de compras, anteriormente fixada em 8% para 20%. Com isso, a expectativa de empresários e representantes do setor têxtil e de confecção é de que a competição desleal entre produtos importados e fabricados nas licitações públicas seja reduzida. Vamos torcer para nossas autoridades prestarem atenção às essas questões. A economia brasileira agradece!