A carioca Animale trocou o Rio por São Paulo há algumas temporadas e encerrou a quarta noite do outono/inverno num desfile impactante e surpreendente. A marca vem amadurecendo e mudando, e esta edição foi um passo à frente nessa busca por um estilo mais próprio. Numa cartela de cor suave (mais uma marca otimista!) com tons mais agressivos para fazer contraponto (roxo e amarelo limão), o preto deu as caras em poucos looks.
Muitas barbatanas criaram jaquetas (e golas e bolsos) com movimentos e volumes tridimensionais futuristas. E outras jaquetas, conta o release, foram feitas em lã moldada a vácuo! A tecnologia não acaba por aí: uma parceria com a Basf resultou num acabamento termocrômico, que reage com a temperatura do corpo alterando sua cor. O confuso release fala ainda de fragilidade, exteriorização e interiorização, mas o que se vê na passarela são mulheres no mínimo ousadas. E poderosas.
Sedas e tules se misturam em vestidos curtos com repuxados e golas cheias de bolsa. Os casacos de tricô (sempre um ponto forte da marca) combinados às bermudas de bainha italiana são os looks dos dias outonais. As calças metalizadas são ótimas para a noite. E lá vem de novo as jaquetas, com relevos fantásticos. E lá vem de novo a Raquel Zimmerman, exclusiva da Animale. O quarto dia se encerra, e já dói pensar nos preços de tantas peças fantásticas quando chegarem às lojas…
Por Julia Wahmann
fotos: São Paulo Fashion Week