Abrindo o quarto dia de SPFW, a Huis Clos, que volta a desfilar depois de uma temporada off, encheu a passarela de mistérios com suas máscaras de pena. Nas formas confortáveis, calças amplas, vestidos retos com volumes nas mangas, detalhes em pele, muitas rendas, penas, brilhos, texturas no jacquard xadrez e toques esportivos com muitos zíperes. Na cartela apenas preto, cinza e marinho.
A Maria Bonita, de Danielle Jensen recriou a construção de Brasília através da obra de Athos Bulcão. A vida dos trabalhadores da capital foi retratada em formas retas e longas com detalhes como a bolsa incorporada à saia ou o decote imitando a abertura do acessório. Com muitos tons de azul, laranja e marrom, o inverno veio minimalista porém detalhista.
Athos Bulcão também foi a inspiração para Ronaldo Fraga, porém aqui o artista era a referência única da coleção. Suas formas geométricas apareceram em vestidos em tons de laranja e azul, enquanto figuras da infância carioca (ele nasceu no Catete) viraram belas estampas digitais, colorindo macacões e vestidos longos que ainda tinham bordados de brilhos e carregavam aquela emoção que só o estilista sabe transmitir.
Fechando o dia, foi a vez dos desfiles masculinos. Primeiro, a V.Rom que chamou ex-modelos e amigos da marca para desfilarem as calças curtas, enroladas na batata da perna e com ganchos deslocados, além de peças sobrepostas, descoordenadas e desconstruídas, com mistura de cores e estampas e de referências esportivas e da alfaiataria.
Por falar em alfaiataria, ela foi o forte da Reserva, que trabalhou o estilo preppy americano com a irreverência brasileira. Isso significa ternos manchados, blazers com bermudas, ganchos com fechamento diagonal, tricôs “mofados” e muito xadrez. Estranho mesmo foi o ver os modelos “envelhecidos” pela maquiagem…
Fotos: Agência Fotosite