O segundo dia do SPFW foi encerrado com o deslumbrante desfile de Lino Villaventura, numa passarela branca inundada de roupas pretas em tecidos plissados e nervurados que criaram metros de texturas e transparências elegantes, num clima noir cheio de mistérios.
Os cristais das tiaras e colares reluziam em vestidos e saias estruturadas, e formas mais soltas, com barrados cheios de pontas irregulares e movimento, ficaram para os últimos looks. Nas costas vimos detalhes de “teia” com os tais cristais aplicados, chique solução para sustentar os decotes. A proposta de casacos mais curtos para o masculino deu certo, assim como as leggings e meias-calça sob as roupas femininas, muitas das quais se misturavam lindamente com os tecidos finos. As modelagens geométricas remeteram aos japoneses, num trabalho de costura e texturas tão minucioso que não se sabia mais se o que víamos eram plissados, nervuras ou alguma outra técnica de Lino. As bailarinas revisitadas não ficaram de fora: alguns looks eram compostos por saias de tule e usados com sapatilhas amarradas nos tornozelos. O primeiro foi a linda Gracie Carvalho que vestiu, numa saia armada que lembrava os tutus dos balés.
A surpresa ficou para o final, quando os modelos voltaram em fila para os agradecimentos e surgiram looks coloridos, vestidos vinho, tons de azul, uma saia estampada com amarelo e jacquards diversos. Eram os forros das peças em dupla-face. Lino fechou o segundo dia numa apresentação irretocável, e soube deixar todo mundo com vontade de ver mais. Por Julia Wahmann
Foto: Ines Rozario