No segundo dia de SPFW, a diversão ganhou espaço nas passarelas. Enquanto a Neon brincou de surrealismo deixando de lado as estampas e investindo em detalhes (como as das mãozinhas “salientes”), brincando com o slogan “We Love Neon”, e colocando mega caftãs ao som de Dire Straits, a Amapô fez uma salada de inspirações resultar num grande patchwork de tricôs e muita alfaiataria desconstruída nos looks masculinos, principalmente.
Por falar em surrealismo, sua época áurea, os anos 30, foram o ponto de partida para a sofisticada coleção de Reinaldo Lourenço, com comprimentos midis e máxis imperando, estampa de bocas e lindas peças bordadas de pérolas. O couro também apareceu bastante em calças retas ou formando vestidos e blusas através de tiras. O toque final ficou nas estolas de peles.
O segundo desfile do dia foi a estréia da Ghetz, uma marca de tricôs criada para impulsionar a carreira do talentoso Lucas Nascimento, com a ajuda do diretor criativo Giovanni Bianco. Com cores vivas (vermelho, roxo, azul) e looks ajustados ao corpo, além de pantalonas plissadas, transparência e uma estampa que na verdade era tricô, a mensagem principal é que artesanato e tecnologia podem fazer uma bela união.
Tecnologia é a palavra-chave para a Ellus, que seguindo o exemplo de grandes marcas como a Burberry, transmitiu seu desfile ao vivo, sob a forma de filme e tendo Aline Weber como estrela. Os jeans com acabamento de couro ou brilhos, em clima futurista, marcaram a coleção que também teve momentos “motoqueira-country” com bolsas franjadas e muitos zíperes nos vestidos, saias e shorts micros.
Fechando a noite, Alexandre Herchcovitch recorreu à natureza, mais precisamente às rochas vulcânicas, para compor um inverno onde o preto imperou, alternado com algumas peças em amarelo e cinza. A oposição entre os tecidos mais estruturados (lãs) com os leves (cetim de seda, rendas) e as formas amplas, com comprimentos abaixo dos joelhos, foram os elementos de mais uma ótima coleção.
Fotos: Agência Fotosite e Tavinho Costa (Ellus)