Em seu oitavo desfile com sua marca própria, a estilista Priscilla Darolt trouxe para a Bienal uma mulher bem moderna, urbana, de beleza e atitude até mesmo um tanto selvagem. Seria influência de seu trabalho na Animale? O ponto de partida foi a Art Déco, tema recorrente de suas coleções. A diferença, desta vez, foi a inspiração nas capas de livros em couro, claro. Sua textura em relevos, o jogo entre fosco e brilhante, o trabalho artesanal dos acabamentos – elementos que se traduziram em vestidos curtíssimos em camurça, usados com sandálias de salto bem altas (parceria com a Santa Lolla). Alguns dos modelos receberam um banho de calor, o que deu um quê de verniz às peças.
A silhueta, bem sequinha e super estruturada, apresentou muitos recortes geométricos. Nas cores, misturas de tons fortes e vibrantes (como rosa morango, turquesa e acqua) com outros mais escuros, como o vinho e o indefectível preto. Aplausos para o trabalho de color blocking, engenhoso efeito de mistura (muitas vezes não óbvia) de cores que resultam num efeito que salta aos olhos. Quando bem feito, de maneira bem agradável, como conseguiu Priscilla Darolt.
Fotos: Agência Fotosite