Que o mercado editorial está com problemas, todo mundo sabe. Pessoalmente, não acho que seja apenas por causa da crise econômica que diminuiu o número de anunciantes e pelo crescimento do acesso à internet, que expõe boa parte ou todo o conteúdo da maioria das revistas importantes. Acho que o problema vai além disso. No caso particular das revistas de moda há uma certa disparidade: enquanto a mídia online de moda explodiu nos últimos anos e está sempre inovando ao utilizar as novas tecnologias, a mídia impressa ficou estagnada.
Eu que me considero uma amante das revistas de moda, daquela que tem sempre uma pilha pra ler na bancada e a cada viagem vem carregando uma tonelada nos braços, para não pagar excesso de peso na mala, que também já está abarrotada, já não sinto o mesmo prazer de antes ao pegar uma revista. Pode ser pelo cansaço de informações, mas, de verdade, o que há de novo em uma revista de moda? O que sê lê em suas páginas, que já não tenha sido lido ao longo do mês? Ok, os editoriais ainda surpreendem em alguns casos, mas eles estão nos sites e você ainda pode salvar as imagens no seu computador, sem ocupar espaço físico! Eu tenho tido uma incrível sensação de repetição, de falta de criatividade, de preguiça mesmo, principalmente em alguns títulos brasileiros que parecem estar parados no tempo e falando apenas para meia dúzia de pessoas…
A discussão é longa, mas escrevi este post motivada por esta notícia que li no PSFK: um grupo de profissionais europeus se juntou na Bélgica para desenvolver uma revista de 47 páginas em apenas 24 horas! Eles documentaram todo o processo no Twitter, no blog e do Vimeo e colocaram a versão em PDF online. Haverá uma versão impressa, vendida entre 20 e 30 euros. O desafio foi grande e a proposta, ousada. É claro que é humanamente impossível repetir a dose sempre, mas é uma idéia para definitivamente mexer com este engessado mercado. Adorei!