Dior e Yves Saint Laurent: Duelo de Amantes


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A relação entre Dior e Yves Saint Laurent é histórica. Além de Yves ter trabalhado ao lado de Christian e ter sido seu substituto, as duas maisons são ícones da moda francesa. As semelhanças definitivamente existem, mas será que as grifes de fato disputam o mesmo público? Sob o ponto de vista da identidade arquetípica, tanto a Dior quanto a Yves Saint Laurent são marcas do Amante, o que, aliás, é muito comum em marcas de moda já que a motivação do arquétipo é seduzir e ter relacionamentos prazerosos. A partir disso, as identidades vão sendo trabalhadas em diferentes níveis, até chegarem à sua essência.

Enquanto a mulher ideal da Dior é uma lady romântica e sofisticada, que busca um grande amor, a da Yves Saint Laurent é mais ousada e não tem vergonha de suas aventuras sexuais . Em comum, as duas conservam o desejo pelo luxo e pela elegância.

Mesmo durante os anos loucos de John Galliano, quando a sexualidade ficou mais em evidência, a Dior ainda mantinha sua imagem de grife clássica e sempre muito feminina. Nas temporadas recentes, esta identidade foi reforçada e tudo indica que Raf Simons vai continuar pelo mesmo caminho, apenas trazendo um olhar mais moderno.

Na Yves Saint Laurent, o estilista se beneficiou das mudanças comportamentais que aconteceram a partir dos anos 60. O desejo das mulheres por liberdade caiu com uma luva para Yves, não é à toa que ele fez história com o smoking feminino, a saharienne e os knickers de veludo. Junte-se a isso uma boa dose do hedonismo da época e a identidade da marca ganhou força. Durante seu curto período na maison, Tom Ford mergulhou fundo na sexualidade, o que acabou aborrecendo Saint Laurent pois, acima de tudo, sua mulher era uma sedutora sutil. Stefano Pilati deixou-a mais discreta, porém diminuiu seu poder de sedução. Cabe a Hedi Slimane acertar o tom para a grife voltar a ter uma comunicação poderosa.

Resumindo, quando as marcas conhecem bem suas identidades e têm valores sólidos, encontrar sua fatia de mercado não é difícil. Apesar das semelhanças e das comparações, Dior e Saint Laurent conversam com públicos diferentes. Com qual deles você se identifica?

Update: Raf Simons (2012-2015) manteve a feminilidade, porém com um approach mais feminino e futurista para a Dior. Vamos ver o que Maria Grazia Chiuri vai trazer para a marca. Já Hedi Slimane mudou bastante a essência da Saint Laurent, tornando-a ultra jovem e com uma atitude bem rock’n’roll. Para alguns, ele capturou perfeitamente o que Yves queria transmitir quando fundou a marca, para outros, foi bem arbitrário e buscou apenas algumas referências do estilo original. De qualquer forma, as vendas cresceram significativamente, o que mostra que o público gostou do approach. Agora, resta saber se Anthony Vaccarello vai seguir a mesma linha ou mexer novamente na identidade da YSL.


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