Minimalismo barroco. As duas palavras que são paradoxais fazem total sentido para Miuccia Prada, que estava cansada do minimalismo, tema que tanto explorou nesses últimos 20 anos. Traduzindo para a moda: formas simples com cores vivas, estampas divertidas e detalhes plásticos passaram a mensagem pretendida. Logo de cara, saias lápis com jaquetas de ombros arredondados, fechadas por zíperes em looks monocromáticos de laranja, verde e azul. Logo depois vieram as listras grossas e finalmente a grande surpresa da noite: silks de macacos e estampas de bananas!
Nesse momento, o clima “South American Way” de Carmen Miranda e, conseqüentemente os anos 40, eram bem nítidos, sobretudo nas saias sereia e nos vestidos acinturados com aplicações de vinil. Elementos esportivos como o tênis de sola emborrachada e as camisas amplas quebraram o possível excesso de sensualidade mas a latinidade continuou no mix de estampas e nos enormes sombreros que as modelos traziam pendurados nas costas. No fim, novamente um namoro com o minimalismo nos vestidos pretos de alcinhas. Nas mãos, porém, enormes estolas de peles coloridas e listradas se alternavam com as bolsas (médias, carteiras e envelope), enquanto as plataformas e as rasteiras eram as alternativas ao tênis.
Esta coleção pode não ser tão influente quanto à de inverno 2010-11, mas desde já é uma das mais divertidas da história da Prada. E diversão é o que a moda atual precisa, não?